Há em todas as famílias umas ovelhas tresmalhadas e impacientes que não sabem esperar o seu momento.
O problema sucessório é um problema, mais a mais em tempos de crise, de grave destempero familiar. Quando a desigualdade bate à porta, famílias morrem feridas de morte em conflitos que separam os bons dos maus argumentos. O bom argumento é: o que é para um, é para outro! O mau argumento é: ligas-me mais, mereces mais!
Neste argumentário pouco cristão e muito desurbano, crítico porque bate no sentido da justiça, as ovelhas demonstram o seu carácter.
Os jovens, então, são ovelhas deslumbradas que postas perante o carácter e as lojas de marca, marcam o seu território de forma deslavada, chegando a negar pais e mães, irmãos e irmãs só para possuírem um maior quinhão.
Na minha família há uma ovelha, ovelha matreira, tresmalhada e confusa, que teima em não querer entrar no curral e em não repartir de forma igual com as demais ovelhas.
Mas pior que a ovelha, é a dona do rebanho que, por bem que acaba em mal, marca a ovelha com o selo da desigualdade e não houve a voz do pastor: venham minhas meninas, todas iguais e lindas no meu coração!
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