sábado, 11 de junho de 2011

MASSANO CARDOSO A LEMBRAR ADOLFO COELHO, O NOSSO TORGA

Massano Cardoso é um médico poeta e escritor que só se pode apreciar. Muitos médicos tem esta "coisa boa" de ao se confrontarem com a pequenez do homem face à vida e à morte, destilarem humanidade e sentido de relatividade, sendo monumentos rochosos contra a vaidade, a luxúria, o egocentrismo e o novo riquismo.  Face aos nossos medos, ansiedades, receios, saúde e doença, vale a pena perceber o que lhes vai na alma, tal o sentido da efemeridade da vida. Vale a pena ler o seu Pessoa Com Doença, no blog da república que há-de nascer: o quarta república. Fala ele da confusão e dos termos médicos que se instalam no espaço público, quando se digladiam muitos galos para o mesmo poleiro.    

O problema é quando a aparência de esquizofrenia invade o espaço público. Não sendo médico, mas tendo um certo sentido para as soft competencies, tão diferentes das hard que qualificam, a minha dúvida fica em saber se o diagnóstico de tal doença não é passível de ser diagnosticado no espaço público? Ah, pudesse eu ser médico não de esqueletos, de dentisteria ou de outros quaisquer tecidos moles, mas do tecido da psique e jogaria quase todos os dias em frente à TV ao jogo da verdade e consequência pelos olhares, trejeitos, espasmos que indiciam (indiciam?) esquizofrenia, bipolaridade, ansiedade, delírio... ou a pior de todas as doenças, a falta de humanidade e de sentido de si e de nós.

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