"Estamos impressionados por acordos estarem a ser implementados", disse hoje o presidente do parlamento alemão.»
Porque?
Era suposto já termos sido corridos do Euro?
Ontem num workshop dedicado à crise financeira e à posição da União Europeia na Economia Mundial ("que" Europa 2020?) o debate girou à volta destes assuntos.
E algumas conclusões (com todos as cautelas que as conclusões nos merecem) se extraíram do "encontro":
- Há uma responsabilidade própria de países (Portugal, Irlanda, Grécia...) que andaram a pró ciclo despesista em ambiente de aumento de despesa e contracção económica;
- Há uma responsabilidade implícita (Neo - Keynesiana) na ordem da UE para gastar quando já se detectava na Europa uma perda de competitividade e um despesismo público (e privado) assinalável;
- Há a percepção que esta crise (Europeia e Ocidental) é feita de varias dimensões, a que não é alheia uma nova ordem económica mundial (baseada numa melhor repartição do conhecimento, da tecnologia e de uma nova valorização do binómio recursos naturais/ recursos tecnológicos).
- Curiosamente a China (que não nos podemos esquecer já foi há alguns séculos uma sociedade bem mais avançada que a Ocidental), que não é dona de grandes recursos naturais (pelo menos na medida da sua relação população território), conseguiu alavancar o seu crescimento com base numa revolução industrial (libertação do mundo rural, capacidade de poupança, modelo exportador, filosofia da "paciência" Confuciana e do investimento no estudo). Obviamente que a estratégia Chinesa assenta nalguns pressupostos de práticas "impróprias" para o modelo Ocidental: autoritarismo de Estado, dumping económico e social, domínio crescente estratégico dos recursos materiais globais.
- O Euro foi uma construção imprópria, havendo economistas que "assobiavam" que não era possível ser uma zona económica óptima. Sobre esta matéria o autor destas linhas considera que seria possível, se a Europa fosse pensada como uma construção política e se a cidadania Europeia fosse já uma realidade.
- Infelizmente a actual crise "chama" e clama por novos egoísmos nacionais, dado a crise afectar de forma diferenciada os países. Assim, só duas soluções parecem possíveis: ou mais comunitarização e (todos seremos em breve mais Alemães) ou a implosão desta construção Europeia estará posta em causa, fruto de espaços regionais que se defrontam, já não apenas com outros espaços regionais mas com o primeiro óptimo global de que falava Pareto.
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