quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

AINDA O ENSINO

«Pretender resolver o problema através da “homogeneização”, enfiando todos no mesmo “saco” e submetendo-os ao mesmo padrão de ensino, só pode conduzir aos resultados que vêm sendo obtidos.»

Como JAG este é para mim um dos grandes problemas do ensino. Porque o ensino hoje não passa pela falta de conhecimentos dos jovens à partida. Passa pela falta de pedagogia de muitos "ensinantes" e de um sistema de ensino pouco flexível, motivador e de "antigo regime" tipo Luís XIV. Um ensino "caterpilar", nivelador e ondulatório, à mercê de disposições e efabulações de momento, comandado à distância pelos iluminados ministeriais!

De 1995 para 2006 a percentagem de jovens a licenciarem-se subiu de 15 para 33%, confrontando esse valor já com a Espanha. É mau porque a grande maioria é de licenciaturas de papel? Não me parece, por dois motivos:

1) porque o paradigma da formação já não assenta na licenciatura para a vida. Hoje licenciado que não se actualize ou mesmo que aborde outras formações, estará inevitavelmente ultrapassado ao fim de poucos anos.

2) toda a licenciatura (toda a formação e extensão da mesma) é positiva, a própria falta de conhecimentos à partida ou mesmo à saída em confronto com o maior grau de exigência do passado não é totalmente negativa. Porquê? Porque hoje o ensino superior de 1º ciclo, para além da massificação que o torna menos elitista e de qualidade média inferior ao passado é quase uma extensão do secundário. O próprio ensino tem de deixar de ser escolástico e repetitivo e passar a ser um ensino baseado num quadro mental alicerçado na criatividade do aluno e na manipulação criativa da informação posta à sua disposição. O que não significa, necessariamente, facilitismo!

Pudesse no plano financeiro e fiscal, e a título de exemplo, o nosso Iva confrontar com nuestros hermanos e possivelmente seríamos um país motivador, criativo e bem mais próspero!

E esta sim, muito mais ainda que o sistema de ensino, esta falta de percepção de uma economia liberta, criadora, tríade igualitária estado, famílias e empresas, esta é e sempre foi a grande pecha Portuguesa! Enquanto os iluminados não se deixarem tocar pelos "a iluminar" Portugal será sempre dois Portugais: um pequeno Portugal rico mas fechado, paternalista, cioso e medroso de partilha e um grande Portugal, pobre, desmotivado e alienado. No conjunto e sem essa cada vez maior chamada à cidadania, face ao outros seremos sempre um pequeno Portugal!

2 comentários:

Eloah Borda disse...

Amigo, passando apenas para te deixar um abraço - verão aqui, casa cheia, parentes e amigos que vêm por causa das praias, e cadê tempo para internet?
Reitero meus votos de um feliz 2009.
Abraço.
Eloah

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Cara Amiga

Que inveja! Aqui para além do frio Siberiano, o frio da crise financeira, mas mais ainda o rachar da crise das consciências a fazer subir o tom da revolta. Valha-nos que ainda não se perderam todas as estações: ainda há esperança de tempos vindouros mais quentes!
Um abraço, enregelado, mas quente.

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