sexta-feira, 1 de junho de 2012

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Muitas vezes, Eu,
Que me transporto
Do Romance à Poesia,
Da Poesia ao ensaio,
Do ensaio ao fantástico,
Do tempo Jovem ao Infantil
E que me demoro no Adulto,
Me perguntei
Se a escrita é ainda hoje escrita.
Ou se a escrita, a Literária,
Que a outra, A Técnica,
A Investigada
Me convida Todos os Dias,
É hoje apenas um mito,
Um negócio,
Onde se desfazem e entretecem raízes
De inchaço, gabarolice, insolência, tolice,
Ou de puro desdém.
Romance histórico,
Pouco histórico,
Ensaística,
Conto ou poesia,
Não é tudo, afinal,
A Presunçosa,
A Simplesmente,
Escrita?

Tu !
Tu que gostas de escrever para ti
Num acto
Tão simples, reflexo,
Como respirar.
E não lhe perdes o gosto
Apesar de sentires dia após noite
Esbranquiçar o teu rosto,
E apesar de juntares,
Incógnito,
No teu covil
De Lobo solitário
Que também pode ser de Carneiro,
Ou de Caranguejo ou Escorpião,
E que não me esqueça
Da Virgem ou do Touro,
Todos os dias, as palavras,
E que não as vendes,
Não estão à venda,
Como se te
Semeasses
Todos os dias um pouco,
Acordado – adormecido
Ao pé de um aglomerado de madeira,
Que afagas apaixonado
Com a palma toda,
Da mão aberta,
Então tu és,
Mesmo que só de ti,
Escritor,
Um eterno apaixonado
Pela voz que tu és
A voz que vive
E escreve dentro de ti.

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