«Passos Coelho responde. “Podemos lançar as bases de um crescimento mais sustentado. Sabemos que iremos recuperar lentamente, mas recuperar. Que o desemprego não vai baixar rapidamente, mas tem de baixar e procurar manter esse rumo de orientação de justiça em todos os sacrifícios que tenhamos de fazer. E sim, ainda temos de fazer sacrifícios.”
Sim, ainda vêm aí mais sacrifícios, mas não vale a pena fingir, defende o chefe do Governo, que é possível cumprir os compromissos sem fazer a reforma do Estado. “É uma demagogia inaceitável vir dizer que haveremos de cumprir as nossas obrigações e respeitar os nossos compromissos sem diminuir resta despesa.”
“Isto pode ser dito, mas é uma demagogia pura. Temos de encontrar um entendimento sobre a realidade e não sobre a ficção, e a realidade é esta - não interessa quem governa, dizia bem o senhor presidente da República, a realidade é esta”, afirma Passos Coelho.»
Os agentes económicos são racionais.
São racionais porque são seres humanos, que respondem a estímulos.
Quando os sacrifícios impostos significam fome, desemprego, negação de expetativas, os agentes económicos reagem negativamente.
Como reagem quando são confrontados com a esperança e com o apelo à mobilização com um caminho visível.
Tudo isto em Passos falha.
Falha a mobilização, impera a desconfiança (tão necessária nos processos de produção/consumo), as medidas consecutivas para não positivar o seu falhanço.
A esquizofrenia de Passos é total. Para ele o crescimento não é caminho. É preciso ajustar a despesa à receita. Mesmo que a diminuição indiferenciada e cega, afete cada vez mais a receita: até ao infinito e à morte de uma economia e de um povo. Um louco?
Um indivíduo estranho, como estranho (impressionante, dizia um dos elementos da Troika com um sorriso trocista nos lábios), Gaspar, o mago, que faz cair o cabelo em vez de potenciar «a sua poção de mágico".
Mereceria este povo Passos, Gaspar, Sócrates, ...?
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