segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MERCADOS E CONCORRÊNCIA

O paradoxo acima detectado pelo Aníbal (NÃO, NÃO É O CAVACO QUE PENSAM, APENAS UM COLEGA)  apesar dos objectivos declarados e plasmados já desde o tratado de Roma, chama à colação o estado actual dos mercados e da concorrência. Ontem num blog, o 4ª república, onde campeiam as úteis intervenções de Tavares Moreira sobre o panorama macroeconómico Português, abordava-se implicitamente a temática da medição da estrutura de mercado, a propósito da percepção do mercado (no seu sentido estrito e de medição de estrutura) Florentino. Dizia a propósito o autor que o mercado comercial Florentino ainda se parecia muito com um tipo de estrutura da Idade Média (quase hanseático) de comércio completamente atomizado, de base muito familiar, com total fecho semanal dominical. Para quem conhece bem outros mercados, como o Suíço, sabe que esta atomização não é exclusivo de Itália e estende-se a outros mercados desconcentrados de outros países Europeus.

A realidade Portuguesa é, por outro lado, bem diferente e parece basear-se na leveza da comodidade dos consumidores (na predação de mercados) e na estrutura de um mercado altamente concentrado, gerador de desertificações nos centros das cidades e de perda a prazo de parcelas de bem estar dos consumidores. O status quo existente no mercado Português, de poucas empresas a dominarem o mercado (como é actual e paradoxalmente o caso do sector do retalho alimentar) faz bem a ligação de todas as matérias desta actividade, já que permite observar como se interligam decisões estratégicas com concorrência entre poucas empresas, com preços predatórios, com dinâmicas da concorrência (ou falta dela, já que o esmagamento da concorrência pode se estender e verticalizar. Estou a lembrar-me, como a falta de concorrência no retalho alimentar canibaliza os próprios sectores produtivos a montante ao exigir-lhes condições draconianas verdadeiras restrições de entrada, e de "saída" - pela intermediação). É curioso, aliás, reparar como se processou esta quase extinção da atomicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais alimentares indígenas, que comparam com a enorme atomicidade do pequeno comércio de raiz Chinesa. Estará aqui neste movimento de concentração de mercado (quase concentracionário) um dos motivos e a raiz da nossa divergência da média Europeia?

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