terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O MODELO FEDERAL EUROPEU: QUE FUTURO?

«O modelo federal americano não é exportável para a Europa, por um motivo muito simples: os EUA formam inequivocamente uma nação, a Europa não, nem poderá formar. A nossa realidade não tem nada que ver com a das 13 colónias no séc. XVIII. Em primeiro lugar, a Europa é formada por Estados totalmente soberanos (nenhum dos estados americanos algum dia o foi, com excepção do Texas (em teoria) e do Havai). Alguns destes Estados são milenares (nós somos quase) e muitos deles correspondem a nações estáveis há séculos (seguramente o nosso caso). Em segundo lugar, a Europa é um local extraordinariamente diverso. Basta atentar no número de línguas faladas no continente. Aqui seremos mais parecidos com a Índia, mas não nos podemos esquecer que a Índia esteve submetida a um poder comum e centralizado durante um período razoável. Esta é a terceira razão, a Europa nunca foi uma entidade unificada (o Império Romano não vale, era uma união mediterrânica). E todos sabemos os efeitos desastrosos que a tentativa de submeter a Europa a um poder único tiveram no passado... Em quarto lugar, a Europa não teve de travar nenhuma "luta de libertação" contra um inimigo comum. E isto tem muita importância, basta ver a estratégia de Bismark para a unificação alemã após a guerra franco-prussiana. Portanto, amigos, querem destruir o "projecto" europeu? Então a melhor estratégia é mesmo insistir no "federalismo". Não iria durar muito...»

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