quarta-feira, 1 de agosto de 2012

DE GOLPE EM GOLPE ATÉ À DESTRUIÇÃO ECONÓMICA FINAL

«Todos os dias fecham «entre 15 a 20 empresas» no distrito do Porto. O balanço foi revelado esta quarta-feira pelo presidente da Associação de Comerciantes do Porto (ACP), que alertou ainda para os impactos negativos que a nova lei do arrendamento terá no setor.

«Em 2012, estão a fechar entre 15 a 20 [estabelecimentos de comércio e serviços] no distrito do Porto e entre cinco a sete no concelho», adiantou à Lusa o presidente da ACP, Nuno Camilo. Estes encerramentos têm impacto no desemprego, já que «cada empresa terá três a quatro trabalhadores, pelo menos».

Em causa estarão, portanto, entre 45 a 80 postos de trabalhos a menos no distrito, por cada dia que passa, observa o responsável, pedindo medidas urgentes «sob pena de o desemprego aumentar de forma desmesurada».

Em «situação de alarme» está o setor da restauração, devido ao aumento da taxa de IVA de 13% para 23%, que está a deixar «muitos empresários em incumprimento».

«A taxa de esforço que está a ser pedia aos empresários é muito grande», critica o presidente da ACP.

Em setembro, a situação vai «agravar-se», devido «ao fim do trabalho sazonal» e a empresas que já resolveram «que não vão abrir mais».

Até o «terminal de pagamento automático por multibanco nas lojas está a desaparecer». Um «sinal de que as empresas estão a ir ao limite do corte dos custos».

O presidente da ACP lamenta que «até a lei do arrendamento», promulgada na segunda-feira pelo Presidente da República, «está a prejudicar as empresas».

«Imaginemos um café ou uma loja que paguem uma renda baixa. Estas rendas vão subir também para os empresários. O que está previsto na lei é que, se não houver acordo entre o proprietário e o inquilino, este seja indemnizado. Mas o valor dessa indemnização pode não chegar para o empresário pagar aos colaboradores».

Assim, acrescenta, «o empresário fica sem emprego, sem dinheiro e sem direito a subsídio de desemprego».

Tal coloca em causa também os restaurantes ou as farmácias, e, neste último caso, existem «determinados critérios relativamente aos locais aonde se podem instalar», o que pode dificultar a sua reabertura, alerta Nuno Camilo.

«A legislação que vai entrar em vigor deixa-nos com muita preocupação», afirma, considerando que as medidas vão «causar grandes transtornos aos empresários».

Observando que «a situação económica do país se está a deteriorar de forma muito rápida», Camilo defende «uma renegociação da dívida, para não haver este estrangulamento das empresas e das famílias».

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