Medina está descrente. Completamente descrente do regime. Quer um regime presidencial: nem que seja por dez anos! Uma espécie de fórmula resolvente de gente providencial, contra um regime onde o verdadeiramente importante perde-se no conflito sem senso permanente dos partidos e na locupletação de uns tantos. Para aqueles a quem isto parece um anacrónico Sebastianismo, responde Medina com o endividamento galopante que nos empobrece e empobrecerá até ao chicote e garrote do financiador.
Medina tem toda a razão! Quem tem formação económica e não ceguez ideológica ou partidária, percebe a camisa de forças onde estamos enfiados.
Outros percebem mas disfarçam, crentes de que sempre haverá umas empresas não transaccionáveis, oligopólicas, daquelas que sugam as transaccionáveis e onde se acolitam os homens do poder. Tudo seca à sua volta mas eles continuam prósperos e viçosos que nem flores. Essas, as das Golden Share, que distorcem a percepção de que há dez milhões de Portugueses e não apenas cem ou duzentos mil. Perde-se o país, sobrevive o aparelho! Aliás porque não, se são eles já prioritários na vacinação da A. Como há boa maneira dos naufrágios dos Sepúlvedas, da nossa história trágico-marítima, onde há falta de botes, já ocupados pelos senhores, não faltaram os remos para zurzir nas cabeças dos náufragos grumetes.
Outros rezam por jorrar, em breve, petróleo dos on e offshores de Portugal.
Outros, ainda, egóticos, hipócritas ou simplesmente sobreviventes da esquizofrenia partidária, preparam as malas para os BCE e outros organismos internacionais, onde esperam manter as suas escandalosas remunerações e gozar da paz das douradas reformas.
Outros, os mais jovens, com qualificações e garra, rumam a outras paragens, deixando o País aos sugadores, aos velhos, às crianças, aos desempregados e a um enorme rol de Portugueses de mão estendida para as sobras do orçamento. Os imigra com pernas , entre eles os louros Ucranianos, já há muito perceberam que entre este país suicidário e o odor do seu vizinho do Kremlin, a reemigração ou o repatriamento é o caminho!
O que fazer, então, pergunta o frontal cruzado Mário Crespo, um cavaleiro sem Távola Redonda mas com uma janela de verdade e oportunidade num écran redondo perto de nós?
A resposta virá nos próximos capítulos, ou através da espada de quem nos imporá mais cinto apertado em cima do cinto apertado?
Queres 1000 milhões para tapar o défice de produzires e exportar pouco e importar tudo, convencido que meia dúzia de empresas do cluster das renováveis tapam o buraco? Afinal tens um país com um inenarrável vale do Ave, onde os Porches vendem-se como pãezinhos, mais do que nos stands da Baviera, mas onde muitos torcem o nariz à "barbaridade " do aumento dos 25 aéreos - aquele dinheiro que mal chega já levantou voo!
Toma lá cem e acaba definitivamente com o décimo terceiro e o subsídio dos funcionários públicos, que nós não estamos para sustentar cigarras e povos que não se sabem governar!
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