Ver Miguel Sousa Tavares manso, dominado, não convencido, mas despojado, exangue de argumentos, não foi frustrante, mas apenas a confirmação dos sinais de fogo que brota da fera ingente.
Sinais de fogo mostrou, novamente, que Sócrates não sendo um homem particularmente inteligente é um homem profundamente convincente no retorcer dos seus argumentos, de uma belicosidade a raiar o demente, alicerçada num imenso e despudorado ego. Um verdadeiro narciso de espelho meu, dificilmente capaz de verdadeiros amigos, capaz dos ódios mais intensos e das lealdades mais cegas, apenas na medida do seu enorme espelho de autoconvencimento: - diz-me, espelho meu, há algum homem mais assertivo e elegante que eu? Perante isto até o espelho se vergava: não, master, tu és o verdadeiro... sabes tudo e raramente tens dúvidas, mesmo até quando mal usas Lorde Keynes como muleta a-histórica!
Foi, aliás, arrastadamente, dolorosamente, que se assistiu no Prós e Contras a um lúcido Rui Machete e Anacoreta Correia, a um António Hespanha a meter o dedo na ferida de um País, dois sistemas, o dos milhares de elites sorvedouras versus o povo pagante e a um Almeida Santos, incongruente, incomódo com a sua própria consciência, impenitentemente a chutar para o canto da sereia, de um mundo terrífico além Bojador, como se o nosso cabo das tormentas não estivesse entremuros, cercado de dor, fruto de maus comandantes de naus à deriva nos mares do Adamastor.
Cesse da justiça o que sobre a justiça impende
esse segredo quebrado sobre o primado legis...
molde-se a lei à nossa maneira, olhe-se para o espelho,
que reflecte agora um país, À MINHA MANEIRA!
- «José Sócrates anuncia novas regras para o segredo de justiça»...e tão convenientes para o primado das escusas sombras sobre o primado da transparência.
Afinal quem é que precisa deste paternalismo ficcional anti-depressivo, quem é este povo que precisa de um tal pai da Pátria delirante e carregado de tal carga de autofanatismo?
Afinal quem é que precisa deste paternalismo ficcional anti-depressivo, quem é este povo que precisa de um tal pai da Pátria delirante e carregado de tal carga de autofanatismo?
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