terça-feira, 18 de maio de 2010

A EXPERIÊNCIA DE XUXU: A VOZ A QUEM FALA DO QUE SABE

«O brainwashing é engracado, quando emigrei (para o último da tabela acima), para mim foi tudo um choque: estava á espera de autoritarismo, trabalho duro, afinal, “lá fora”, na Europa civilizada, trabalhava-se muito e tal. Duvidava até que me aturassem por uma semana, a mim portuguesinho preguiçoso.
Ao fim da dita semana, e depois de um choque completamente inesperado percebi que tinha aterrado na terra da calma. Calma eficiente e criativa.
Dos três anos que trabalhei na Holanda, fiz 3 horas extraordinárias. Separadas por 2 dias. No segundo emprego tinha 30 dias úteis de férias. Apesar da lei ditar 20, ninguém tem menos de 25.
O salário mínimo era ~1250 Euros, RMG por volta de 600.
Por outro lado teve uma consequência política engraçada: deixei de ser marxista/confrontacionista. E até ganhei alguma simpatia aos democratas-cristãos.
Democratas cristãos que pouco ou nada têm a ver com os nossos. Aliás, boa parte deles estão à esquerda do Sócrates.
Ah… uma das razões pelas quais os Neerlandeses trabalham poucas horas é por causa de trabalho em part - time: quando o desemprego aperta é uma boa maneira de garantir que todos têm emprego…
Pergunta: Uma parte da classe trabalhadora portuguesa (eg, professores acima de certo escalão), poderiam facilmente deixar 20% do seu salário (e ganhar um dia livre) em troca de outros colegas terem emprego. Algum sindicato português propôs isto? Não digo que quem ganhe o SMN deva partilhar, mas há muita gente que ganha mais do que isso.
A ganância portuguesa existe em todas as classes… Ninguém está disponível para partilhar os sacrifícios… há sempre um bode expiatório qualquer…»

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