quinta-feira, 20 de maio de 2010

A INSUSTENTÁVEL NEGAÇÃO DO PORTUGUÊS: EMPURRAR A CRISE PARA A FRENTE COM A BARRIGA, NÃO RESOLVENDO COISA NENHUMA

Um dos primeiros economistas a pôr o problema dos transaccionáveis, versus os  não transaccionáveis foi Vítor Bento.

Pô-lo, no entanto, na minha óptica da forma menos óptima, universalizando a necessidade urgente da queda forte dos salários nominais.

A queda dos salários nominais, ou seja receber 700€ em vez de 1000€, seria entretanto compensada com a queda generalizada de tudo o que é não transaccionável ou seja, queda nos preços do gás, da água, da electricidade...pelo que a situação real seria de uma quebra muito menos acentuada. 

Algo que anteriormente, fora de uma zona monetária comum, se faria via desvalorização da moeda, só hoje se pode processar por esta via: a chamada desvalorização competitiva por via dos salários, algo que os alemães tem nos últimos anos vindo a fazer. 

O monopólio natural foi o responsável por esta constante distorção que levou a que os sectores descritos atrás, possam pela sua posição dominante e monopolista continuar a sugar a economia transaccionável dependente destes inputs. A morte de muita desta economia tem assim como principal responsável um sector que não tem entraves à engorda.

Curiosamente a empresa do próprio sector de que Vítor Bento é administrador, a SIBS, goza desta prerrogativa do não transacionável. 

Abel Mateus, ontem, com Gomes Ferreira, levantou a necessidade urgente de um plano gizado no mesmo sentido, mas com uma nuance: a de defender nos cortes de salários, os salários dos da base.
O economês, para quem não teve educação económica, peca muitas vezes por não saber descer dos céus.

Mas Abel Mateus colocou os pontos nos i: preferem os Portugueses um corte abrupto nos salários, que originará porventura, baixa do PIB e alguma baixa nos salários reais, mas com a curto/médio prazo ganhos de produtividade e competitividade, ou preferem não resolver coisa nenhuma e assistir a mais dez anos de estagnação sem emprego, com cada vez mais perda de emprego e empresas, cada vez mais impostos e sem futuro a médio/longo prazo senão a emigração?

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