sexta-feira, 31 de outubro de 2008

REPÚBLICA DOS DESESPERADOS

A propósito da mensagem do 4R-Quarta república e de alguns dos seus comentários:

«Falta de consideração...

O presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas abriu “guerra” à actualização em 2009 do salário mínimo nacional anunciada pelo governo, com a ameaça de que, se o aumento for para a frente, vai “determinar junto dos associados que não renovem os contratos”. Está em causa um aumento de 426 € para 450 €, ou seja, de 27 €. A ameaça abrange 43.720 trabalhadores com contratos a termo certo, de um total de 200.000 que auferem o salário mínimo nacional.
Considero inqualificável a total ausência de sentido de responsabilidade social retratada nas palavras daquele responsável.
O aumento pode gerar desemprego, mas abordar a medida da forma como o fez demonstra não apenas falta de tacto relativamente à justeza de um aumento ínfimo, mas também, do meu ponto de vista, uma imoralidade, por incitar publicamente à dispensa dos trabalhadores.»

Com todo o respeito pelos comentadores antecessores do artigo colocado no 4R, o que este senhor me parece que "queria" dizer era (reflectindo estados de alma, de desespero, de quem vê um governo que não governa para eles mas para um qualquer umbigo e garotice:

-Chega de liquidar, de inventar taxas, multas, de perseguir as pequenas e médias empresas, que num ambiente de dificuldade não suportam mais agravamentos, vindos de quem os devia apoiar!

Por outro lado, a resposta de outros será:

-Mas até é bom que as empresas acabem, revigora o tecido económico, cria um novo fenómeno de concentração, os mais fracos desaparecem!

E isto é que é o busílis, meus senhores: é que ninguém quer desaparecer, ou fazerem-no desaparecer (principalmente porque para além de enfrentar o mercado, ainda se tem de enfrentar o governo por nós eleito), e para mais num ambiente de depressão global.

E quando, um pequeno empresário que não vive dos impostos dos outros, vive do seu trabalho, paga a sua segurança social e depois apertam a sua empresa, lhe dizem: sóis os mais fracos, senhores!

Ah, não se esqueçam, também, gravidade das gravidades, como vivem depois se este Estado de "chulões" nem um subsídio de desemprego lhes dá: do ar, de consultadorias, de contratos viciados?

E é por isso que é muito, muito perigoso, sobrecarregar o tecido (e o desespero) das pequenas e médias empresas, só para manter os que vivem do Estado, risonhos e anafados! E mesmo, esses, a prazo sofrerão as consequências do desaparecimento das colectas dos primeiros! Ou aposta-se tudo na concentração dos grandes grupos económicos?

O prestigitador perante a diminuição das audiências e das sondagens tira, então, da cartola: que tal indignar-me com o que dizem os pequenos patrões, dá muitos votos e podemos continuar a "chular" ... ora venha lá mais multas para quem não paga o IVA daquilo que ainda não recebeu! É encher, meus senhores, é encher o saco do governo e dos deputados da nação!

É DIFÍCIL DE PERCEBER OS GRITOS DE DESESPERO, OU PREFEREM CONTINUAR A COZINHAR UMA NOVA COLIGAÇÃO MFA-POVO?

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