domingo, 15 de novembro de 2009

NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR


Os condomínios são, hoje, um dos melhores laboratórios do comportamento dos Portugueses face ao poder e testemunho da nossa incapacidade colectiva de viver em comunidade.


O poder superveniente de quem é frustrado de poder demonstra como em pouco tempo, pessoas críticas dos abusos do poder e da apropriação do colectivo, rapidamente como Frodo perante o anel, se ofuscam cumprindo à letra o testemunho inscrito no filme de Manual de Oliveira: non ou a vã glória de mandar! No meu condomínio a preocupação vai já no dislate da ofensa da pituitária, perante o cheiro não perfumado dos pobres e leais animais que dão pelo nome de cães.

Há um jardim imenso não utilizado por crianças, velhos ou doentes, onde cresce um extenso relvado mas também um enorme espaço de ervas daninhas. Não interessa ... que animais a pisar o relvado ou as ervas são persona non grata! Afinal do mesmo modo de que não sabemos viver com os da nossa espécie, já há muito que não damos espaço às outras espécies, extinguindo-os com a nossa intolerância no espaço e predação.

Brevemente o non, ou a vã glória da intolerância do mandar, obrigará os animais a andar de pantufas e perfumados com Paco Rabane, para evitar o enjoo daqueles que já nem os animais de quatro patas toleram! O passo seguinte será a forca e o abate, porque como nos Imortais, só há lugar para um: o mais forte e simpático, o predador humano!


Sem comentários:

Enviar um comentário