quarta-feira, 5 de maio de 2010

GESTORES MUITO POUCO PÚBLICOS

«Ou caminhamos para um sistema em que é obrigatório que tenhamos governos de maioria ou continuaremos neste caminho de instabilidade, do curto prazo e de governos que não podem ser responsabilizados durante muito tempo pela sua actividade e que não têm tempo sequer de lançar medidas estruturais e de fundo»
Não consta que não tenha havido um governo de maioria na anterior legislatura. Um governo arrogante, incompetente, mau reformador, cujos factos estão hoje à vista de toda a gente.
Era, no entanto, um governo do agrado de algumas  criaturas, as que pomposamente dão pelo nome de gestores públicos. Em que é que se diferenciam dos outros gestores que se movimentam, também, no espaço público?
Na ligação, cinzenta, aos poderes públicos, ao chamado bloco dos interesses, sem escrutínio, sem concurso, apenas pelo simples facto de terem deambulado pelos partidos. 
Granadeiro diz querer governos de maioria.
Todos os gestores públicos, aliás, com as inevitáveis excepções, possivelmente queriam governos de maioria.
Não têm, como gestores, de se vergar ao escrutínio de Assembleias, ou de comissões de ética, podendo continuar a auferir lucros obscenos por via  das atomizadas maiorias dos pequenos accionistas, com pouca ou nenhuma voz e de forma, essa sim, de verdadeiras minorias, maioritárias, apenas, na obscenidade.  

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