sexta-feira, 26 de outubro de 2012

AJUSTES DIRECTOS: A ÉTICA DA MÁFIA?

«José Maria Ricciardi admitiu que telefonou a Pedro Passos Coelho «para falar sobre as privatizações em curso». O presidente do Banco Espírito Santos Investimento (BESI) terá questionado o primeiro-ministro sobre o facto de o Governo ter atribuído a supervisão do processo a uma consultora financeira norte-americana.
O Ministério Público (MP), por via da procuradora Rosário Teixeira, solicitou ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que investigasse o telefonema no âmbito de um eventual crime de tráfico de influências.
Ricciardi, num comunicado enviado às redacções, esclareceu que telefonou «a vários membros do Governo» para discutir o tema das privatizações.
Mas o presidente do BESI não considera que tal tenha constituido uma «ilicitude, irregularidade ou sequer censura», ao defender que apenas questionou «sobre se há intenção de ceder a pressões políticas promovidas pelas lideranças europeias».
O executivo atribuiu a supervisão do dossier das privatizações à Perella, uma consultora financeira norte-americana, por «ajusto directo», em relação ao qual o presidente do BESI terá transmitido a sua «discordância», dizendo que «na observância do rigor e da ética», a escolha deveria ter sido efectuada «através de concurso público».

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