segunda-feira, 31 de maio de 2010

O PARTIDO QUE TODOS? GOSTARIAM DE TER: TODOS SOMOS UM PARTIDO!

Paulo Portas atira-se às empresas municipais, demonstrando a irrelevância de muitas e a existência de mais de 2000 cargos de gestão de apaniguados e pedindo a extinção de muitas. É pedir muito? Talvez! É pedir, acima de tudo, quase o impossível, num país onde os apoios se compram e vendem. Haverá outros até que pedirão muito mais. Pedem a extinção pura e simples de todas as empresas municipais e o regresso ao modelo do funcionalismo público integral. Mas Paulo Portas faz da compressão do subsídio de inserção um cavalo de batalha. Obviamente que todos concordamos que há, por ventura, demasiados abusos. Mas também é verdade que o combate aos abusos não se faz por via da extinção, e também é verdade que há muita gente que não tem condições sociais, psicológicas e de historial, com aquilo que carregam de défice de vida que lhes permita integrar-se no mercado de trabalho. 
O RSI é, assim, uma espécie de apoio social para pessoas dificilmente passíveis de recuperação social, pelo que retirar-lhes os já parcos subsídios, é uma forma de aumentar a pobreza extrema e os fenómenos de violência social. 
Louçã nesse aspecto é um defensor intransigente dos apoios sociais e do fim da precariedade. Obviamente que todos concordamos com Louçã, já não concordamos é quando a solução dos problemas passa por medidas que elas próprias estrangulam a própria criação de riqueza. Num mundo ideal de não Trade-Off, ou seja de uma medida não poder excluir a escolha da outra, o apoio seria infinito e não teria limite. A sua saga contra a banca esconde uma variável importante. É que o aumento cego de carga sobre a banca, prejudicará em dominó no limite toda a população, dado que a banca reverteria para os endividados Portugueses a perda sofrida. Obviamente que não podemos, no entanto, deixar de concordar com Loução, com a pouca vergonha dos lucros escandalosos de empresas e gestores que reflectem a falta de solidariedade da sociedade Portuguesa.
Cavaco é outro exemplo deste ambivalismo entre o gostar e o não gostar. Gosta-se do Cavaco, ou da sua mulher que cada vez mais  parece controlar a sua vida, que apela à justiça social e aponta as desigualdades, não se gosta é de Cavaco quando a PR gasta quase três vezes mais que o Rei de Espanha e outros governantes Ocidentais, amalgamando reformas com remunerações.  
Jerónimo, qual defensor índio das minorias, é outra figura que se gosta e politicamente se pode não gostar. Gosta-se da pessoa, afável, defensora dos oprimidos e explorados, não se gosta é quando se atira aos escalpes da economia, fazendo dos empresários uma raça em extinção e despojados. Mais impostos, mais ataque às fugas, menos liberdade para escolher e fazer, pugna Jerónimo. Consequência: a feitura de leis regulatórias para tudo, excesso de controlo que mata a liberdade, coimas altíssimas  que matam tudo que o mexe, seja o core dos negócios, seja a destruição, no ovo, da riqueza.
No meio disto, que escolha resta então aos Portugueses?  A abstenção da indiferença, do alheamento  e da não participação? A solidariedade radical sem criação de riqueza? Ou a riqueza sem solidariedade? 
Ou vislumbraremos que ainda há muitos nichos partidários por explorar?

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