«Roubini apresenta quatro opções para gerir simultaneamente estes desafios de stocks e fluxos da dívida: primeiro, repor o crescimento e a competitividade mediante um alívio quantitativo agressivo, um euro mais fraco e políticas de estímulo nos países centrais, mantendo-se o programa de austeridade e as reformas na periferia; segundo, um ajuste deflacionista somente na periferia, juntamente com reformas estruturais para obrigar os salários nominais a descer; terceiro, financiamento permanente da periferia não competitiva por parte dos estados centrais; e, quarto, ampla reestruturação da dívida e desagregação parcial da zona euro. A primeira opção poderia alcançar o ajustamento necessário, mas implicaria numerosos incumprimentos. A segunda falharia em termos de ajuste do fluxo e, como tal, correria o risco de se metamorfosear na quarta opção. A terceira possibilidade impediria ambos os ajustes (stocks e fluxos da dívida) na periferia e poderia resultar numa situação de insolvência para os países centrais. A quarta seria, pura e simplesmente, o fim.Infelizmente, são muitos os obstáculos que se perfilam em todas estas opções. A primeira proposta é aquela que, eventualmente, poderá surtir efeito em termos económicos, mas a Alemanha nunca iria aceitá-la. A segunda é politicamente aceitável para a Alemanha (apesar do impacto negativo na sua economia), mas seria inaceitável para os países periféricos. A terceira é politicamente inaceitável para a Alemanha e também poderá sê-lo para a periferia. A quarta é inaceitável para todos - pelo menos por ora.»
É preciso pois que Passos volte a pensar em português, que é como quem diz pense em Portugal primeiro.
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