domingo, 18 de março de 2012

O QUARTO REICH?

«Será realista falar na divisão entre duas Europas, a Europa rica do Norte, com a Alemanha como ponto de referencia principal, e a pobre mais representada, nesta data de crise, pela Grécia, Portugal, e Espanha?”

Na verdade, não. Como justamente escreve o mais recente “prémio personalidade Lusófona” do
MIL, Adriano Moreira, não só não era justo, mas hoje, países bem menos “periféricos” e “pobres”, como a Espanha, a Itália e até a Áustria e a França estão hoje também mesmo no centro da tempestade, sendo massacrados pelas agências de Rating e pelos anónimos “mercados”. “Pelo que subitamente parece que as contribuições que referi, com omissões, para o património imaterial da Humanidade, são ensombradas, pela visão menos lisonjeira, vinda do Norte. A Chanceler Merkel, que parece convencida de ter refeito o seu império ao Norte, não apenas pelo exemplo de criatividade e trabalho do seu povo, mas também pela generosidade dos ocidentais que ganharam a II Guerra Mundial, dispensaram gerações de alemães de despesas militares, aguentaram a liberdade da Alemanha Ocidental, criaram as condições de reunificação depois da queda do Muro de Berlim em 1989″ A Alemanha e os alemães de hoje (sim, porque as posições de Merkel representam apenas aquilo que pensa a maioria dos alemães) são acima de tudo ingratas. Esquecem desde logo que os países vencedores da Alemanha a dispensaram de pagar as compensações pelas perdas materiais e humanas terríveis que as divisões alemãs provocaram por todo o continente. As pontes, fabricas, empresas, portos, etc, etc, destruídas ou transferidas para a Alemanha nos países ocupados pelo Reich nunca foram compensados! A Grécia, em particular, viu o seu pais completamente destruído pelo invasor alemão, o ouro do seu Banco Central saqueado e enviado para Berlim e não foi compensada por estas perdas… Mas hoje tem que aturar a intolerância e incompreensão germânicas. “permitiu-se arriscar um conceito de identificação dos povos do Sul abrangidos pela fronteira da pobreza, dentro da crise global financeira e económica. No fundo viu-nos preguiçosos e amantes dos lazeres, dos feriados, subsídios, sol e férias, desejosos de reformas precoces sem perda de juventude, e parece animada por um criado novo diretório, já por vezes tentado sem êxito, e que seria o fim do processo europeu dos fundadores do movimento de unidade.” Esta visão que detêm a maioria dos alemães sobre os países do sul são profundamente racistas e reveladoras da natureza agressiva e xenófoba que apenas a má consciência da Grande Guerra mascarou durante algumas décadas. É esta opinião muito generalizada no norte da Europa que está na base da convicção dos norte-europeus de que o sul não é capaz de se governar a si mesmo e carece da tutela colonial-imperial para procurar aceder a um simulacro diminuído dos Estados prussianamente organizados do norte. Obviamente, estão errados e este erro desenvolveu-se no terreno da ignorância histórica e do autismo cultural. Mas está lá e não pode ser negado.»

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