quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PALAVRAS PARA QUÊ? DESDE 2005.

Embora esteja entre nós desde 1932, a ex-pasta medicinal Couto, diminuída de estatuto por, embora com grande capacidade de sobrevivência, não se ter imposto e conquistado de forma glamorosa o mercado, hoje despromovida a pasta dentífrica, faz indubitavelmente por isso parte da nossa cultura e raízes contemporâneas.

No dia em que o governo e a P. Couto, a do Magalhães, não a sua homónima Couto da pasta medicinal, distribuem como pãezinhos de marketing político como convém, independentemente da positividade da medida, e tendo em atenção o horizonte eleitoral; no dia em que o Magalhães é já alvo de crítica da imprensa, por se apresentar nos conteúdos como gato(a) escondido(a) com rabo de fora, nesse mesmo dia, na Sic Notícias, o Reitor da Universidade de Lisboa faz um apelo dramático e pungente à sociedade civil e ao Governo pelo caminho, a resvalar para o abismo, que a Universidade de Lisboa prossegue, por falta de reformas e verbas.

Estrangulada entre um modelo parado no tempo, sem capacidade de se auto-reformar e regenerar, e a contínua quebra de financiamento estatal o ensino revela-nos, assim, esta faceta do Estado espectáculo, refém mais de objectivos obscenos de luta política, tão perceptivelmente distinta do interesse publico.

Estranho destino, este, o de um País que ao mesmo tempo que asfixia as suas Universidades propagandeia de forma tão intensamente evidente uma parte do seu ensino, fazendo-nos suspeitar que sem os objectivos atrás citados, nem tal seria uma real opção. Preocupante, também, esta forma de governar voltada para a satisfação do círculo interno e para o foclore, caíndo no ridículo aos olhos do Português normal, mesmo aqueles com que os políticos se cruzam debitando e fazendo suspeitar um enganoso sorriso acéfalo. Há que conhecer a "gente", que é muito mais que beijos, apertos de mãos e sorrisos.

Afinal para quê e para quem governa Sócrates, e a grande maioria dos eleitos, e porque é que nos sentimos órfãos enganados dos nossos próprios governos?

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