Com a devida vénia transcrevemos um testemunho postado no sítio dos precários. Para que nunca esmoreçam as boas consciências e amoleçam as outras!
"Sou uma vítima dos contratos administrativos de provimento. Após 17 anos de trabalho para a mesma instituição, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, assisti, no passado dia 19 de Setembro, à cessação do meu contrato de trabalho. Não fui despedida. O contrato acabou. Uma situação precária, que durou 17 anos, entre bolsas e contratos.
Ao abrigo da Lei 11 de 20 de Fevereiro deste ano, tenho direito a subsídio de desemprego, durante cerca de dois anos, pago pela instituição. Sinto-me uma espécie de criminosa, obrigada a apresentações periódicas para obter o tal subsídio. É caso para dizer “estudar compensa”.
Há muita gente que saberia muito bem o que fazer no meu lugar, insinuam que com as minhas habilitações eu deveria ter sabido contornar a situação. São opiniões, apenas isso, espero que nunca passem por uma experiência tão humilhante. Também já conheci pessoas solidárias, algumas porque encobrem histórias semelhantes à minha que se envergonham de contar.
Quero contar a minha história para evitar que haja mais vítimas. Quero partilhar o meu depoimento para quebrar o silêncio."
Ilídia Pinheiro, Licenciada em Física Tecnológica (1991) e Mestre em Probabilidades e Estatística (2002) »
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