Há 4.287 clínicos estrangeiros, cerca de 11%, a exercer em Portugal.
De acordo com a Ordem dos Médicos, dos 38.538 clínicos que exercem em Portugal, 300 são oriundos da América do Sul. Do Brasil vieram 600.
Mas chegam também da União Europeia (2.583), dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (261), da Europa não Comunitária (378), da África não PALOP (33), da Ásia (42), da Austrália (um) e da América do Norte (19).
Serão ao todo, segundo as contas da Ordem, 4.287. A sua vinda não tem fugido a alguma polémica, sobretudo por não dominarem a língua. E os utentes parecem duvidar da sabedoria de quem tem sotaque.
Em Junho, chegaram 14 uruguaios que estão a exercer no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Mas deverão chegar mais em breve, ao abrigo de negociações em curso que o Ministério da Saúde está a encetar.
«Júlio R. é um desses médicos cubanos. Não compreende como é que um país com tão bons médicos precisa de importar profissionais.»
«Eu fiquei de fora do curso de medicina em 1999 com média de 18.97 em 20 e agora vão buscar o refugo de fora para serem médicos?!? Nunca pensei dizer isto mas força PNR. Já chega! ... Basta.Vou-me tornar militante do PNR. Existe um limite para o ultraje.»
Intercâmbio de profissionais, por impedimento dos jovens nacionais de acesso à profissão da sua vocação, é um verdadeiro crime de lesa-país, no que demonstra de falta de amor próprio pelo seu país por parte das elites decisórias do poder, sejam elas corporações, acasteladas nas ordens, nas universidades ou nos consultórios.
Intercâmbio de profissionais não é com certeza uma menos-valia, é com certeza uma mais valia, pelo que transporta de diferentes aprendizagens e experiências. O que está em causa não é, assim, qualquer chauvinismo ou nacionalismo barato num mundo global.
As consequências são frustrações e revolta que alimentam radicalismos de nacionais que se sente ultrajada, injustiçada e descontente!
É caso para dizer Hipócrates do Mundo ou hipócritas de Portugal, ou Guerra civil interna, guerra civil de rosa e laranjas amargas. Todos são responsáveis: bastonários de espírito medieval corporativo, faculdades de medicina, primeiro ministros e ministros da saúde e da educação e todos aqueles que parecem fazer parte do ódio ao ser Português.
De milhares de jovens Portugueses com acesso às faculdades de medicina nos anos 70 passou-se posteriormente a pouco mais de 200 ou trezentas vagas nas universidades de medicina Portuguesas. Às classes abastadas a saída foram e são as Universidades Estrangeiras. Aos jovens Portugueses de classes modestas foi-lhes vedado o acesso à profissão da sua vocação.
Hipocrisia suprema a do numerus clausus baseado na nota
Aos jovens Portugueses, exige-se-lhes 19 em 20, aos médicos estrangeiros, com dificuldades de contacto pelo fraco domínio da língua, olhados pelos utentes com alguma desconfiança, ter-se-à exigido isso nas sua escolas de formação de origem? Assim podemos ter, hoje a exercer em Portugal dois tipos de clínicos. Os alunos de excepção, os CDF, os cabeça ou crânio de ferro, entrados com 19 e 20 e ... os outros! Assim, também, se dará cabo paulatinamente do S.N.S. atirando os utentes para os serviços privados de saúde!
É quase caso para dizer que só pode haver uma conspiração nacional ou mundial para acabar com os médicos de origem Portuguesa, ou será que isso acontece porque nesta surda guerra civil intestina onde pululam ganâncias, estatuto e corporações, alguns são avessos à concorrência, e a sua vocação é o ... euromilhões! Todos ouviram histórias de bastonários de grande sucesso!
*No Brasil chama-se CDF o indivíduo inteligente que se dedica muito aos estudos. Usa-se a sigla ou acrónimo "CDF" significando "Cabeça-de-ferro" ou ainda "Crânio-de-Ferro", vulgarmente chamado pelos que não tem essa qualidade de "cu-de-ferro" devido aos extensos períodos que fica sentado estudando.
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