Torquato da Luz no Ofício Diário já soluça perante a catástrofe anunciada. Já se vê despojado de anéis, de dedos, de sonhos, de quimeras e já teme pela penhora dos raios de sol que batem na sua praia de sonho.
Será que foi esta sensação de despojo que mais ao lado para Sagres, os navegadores, ex-pescadores e lavradores tiveram quando se deram conta de que lhes cravaram o estupor da marca Portuguesa?
Arriba Caravela, afastemo-nos deste pedaço de tormenta!
Tirem-me tudo: os dedos, os anéis,
a reserva de sonho e de quimera,
mas não sejam cruéis,
não me tirem Armação de Pêra.
Não me tirem o resto da infância
que sei ter deixado aqui
nem esta luz que à distância
me segue desde que parti.
Não me tirem o verde-azul do mar
nem os barquinhos balançando à espera
dos turistas que hão-de ir visitar
as furnas de Armação de Pêra.
Mas sobretudo não me tirem este sol
e a caldeirada do Serol.
a reserva de sonho e de quimera,
mas não sejam cruéis,
não me tirem Armação de Pêra.
Não me tirem o resto da infância
que sei ter deixado aqui
nem esta luz que à distância
me segue desde que parti.
Não me tirem o verde-azul do mar
nem os barquinhos balançando à espera
dos turistas que hão-de ir visitar
as furnas de Armação de Pêra.
Mas sobretudo não me tirem este sol
e a caldeirada do Serol.
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