domingo, 24 de maio de 2009

IDEIAS

Cada vez mais um país se tem de basear num catálogo de ideias sempre renovadas. Quem se mantiver à mercê do bem bom da imitação fora de tempo ou na imitação barata sem a massa crítica necessária para isso tem os dias contados. Vem isto a propósito da similitude entre a cópia descarada que os Chineses, a quem ninguém nega a massa crítica, se preparam para fazer através de uma viatura de seu nome Continental, que imita ao melhor estilo linhas e imagens da Bentley e BMW, e o porvir de um país e o entusiasmo e imaginação posto ao seu serviço.
Os anos de execução Sócrates foram enxameados de auto-propaganda, manipulação de dados, teatrialização e espectáculo mediático tout court, alicerçado no profissionalismo de agências de comunicação e ilusionismo ao jeito do melhor Houdini. Foram também anos de Chinesização colectiva por pastas, com o cativo slogan das políticas da nova, sua, geração.
Mas honra lhe seja feita e a crédito, algumas linhas de força, que o futuro e o presente se encarregarão de descortinar e avaliar nos resultados gerais e concretos. O sublinhado e entusiasmo posto nas qualificações, as novas oportunidades, a mensagem necessidade/massificação das novas tecnologias de informação, a aposta nas energias renováveis, a aposta no cluster/utilização do automóvel eléctrico, a enunciação no simplex da administração, tudo isso são aspectos a crédito desta administração.
A débito, no entanto, os múltiplos sinais contrários, muitos deles que anularam os eventuais efeitos positivos anteriores, que farão a história desta passagem furacão: o fundamentalismo da ASAE que alicerçado numa legislação radical destruiu a confiança e o empreendedorismo de muitos agentes económicos; o irrealismo das obras públicas de fachada, elefantes brancos agravadores da dívida pública; a mentira descarada de apresentação à legitimação; a destruição do Estado social por baixo, não pelas mordomias dos de cima; a total falta de apoio e realismo face ao verdadeiro tecido produtivo, o das micro-pequenas e médias empresas; a falta de ética nas relações público-privadas e a falta de transparência dos concursos pouco públicos; o fundamentalismo das finanças com o objectivo de arrecadação a todo o custo de mais receita fiscal e concomitante penhora da massa crítica mínima para o desenvolvimento dos agentes económicos; a má e frenética produção legislativa, contrária à realidade; a arrogância, o autismo, falta de humanidade, humildade e ditame que não são fruto de iniciativa, mas de incapacidade de ouvir, repartir, consensualizar e tolerar que atirou o país para as mãos de substanciais clones falhos de competência e repletos de tiques autoritários radicais.
As escolhas pequeninas de Sócrates foram também indiciadoras da sua incapacidade para empatizar, sendo Vital Moreira o homem do blog sem direito ao contraditório, exemplo das suas escolhas para a Sociedade de Corte Sócratiana, que não admite sombra.
Para a história fica que Sócrates nunca deveria/poderia ter sido primeiro-ministro de um País, paulatinamente mais esclarecido e informado, mas cada vez mais distante de uma fraca democracia de Presidencialismo de Primeiro-Ministro.

E,agora, Portugal?

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