quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HAUWA IBRAHIM

«Hauwa Ibrahim, natural de Abuja, na Nigéria, é advogada defensora dos direitos humanos e desde jovem que é uma activista incansável na luta contra o fundamentalismo religioso.

É uma das poucas advogadas que exercem nos doze estados do Norte da Nigéria, onde ainda são aplicadas penas de acordo com a Sharia islâmica. Presentemente, as condenações à morte continuam a ser pronunciadas, embora não sejam executadas.
Desde 1999, Hauwa Ibrahim, foi advogada de defesa, sem receber honorários, em 47 processos, muitos dos quais, implicando mulheres acusadas de adultério e sujeitas à morte por lapidação (apedrejamento). Foi a sua capacidade de sensibilizar a opinião pública internacional que tornou possível salvar as vidas de Amina Lawal, Safiya Hassain e Hafsatu Abubakar. Participou igualmente, de forma enérgica, noutros processos, implicando penas cruéis e desumanas, como a condenação de mulheres à flagelação, ou de jovens à amputação por furto.

Hauwa Ibrahim defendeu, com êxito, o que a Sharia impõe aos tribunais islâmicos, o respeito pelos direitos processuais e substantivos garantidos pela lei islâmica, bem como da Constituição da Nigéria e dos tratados internacionais sobre direitos humanos assinados pelo país.

Actualmente a causa Huawa Ibrahim, já ultrapassou as fronteiras da Nigéria, mas falta-lhe a missão mais importante, a de fazer ouvir a sua voz no seu próprio país.

Huawa Ibrahim, quando recebeu o prémio Sahkarov 2005 no hemiciclo do Parlamento Europeu em Estrasburgo, proferiu a seguinte declaração:

"Saio deste edifício sentindo-me mais segura, com uma voz que pode falar mais alto por aqueles que não têm poderes nem voz".PRÉMIO SAKHAROV para a liberdade de pensamento - 2005»
A importância das instituições internacionais é testemunhada pela afirmação de Hauwa Ibrahim. A sedimentação de valores globais faz-se na criação de redes glocais de solidariedade que "abafam" o pior das soberanias - o poder soberano assente em valores não seculares e o desprezo pelos direitos humanos. O “ius cogens” internacional espelhado em todos os activistas pela paz, faz emergir claramente a dignidade do ser humano contra todo o tipo de arbitrariedade e práticas ancestrais. No fim o combate destes combatentes pela liberdade, traduz-se numa maior consciência da condição humana.

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