quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O SR. VAN ZELLER PATRONO DA SOLIDARIEDADE


Patrão da indústria não se imagina a viver com 450 euros/mês
«...O ainda presidente da Confederação Industrial Portuguesa (CIP), Francisco Van Zeller, que foi contra o aumento do salário mínimo nacional (SMN) dos actuais 450 euros para 475 em 2010, admite que não consegue imaginar-se a viver com apenas 450 euros por mês ... por que foi contra o aumento do salário mínimo - enquanto não existirem condições de produtividade será impossível aumentá-lo.
Defende que este deve ser um projecto nacional, num Portugal que precisa de uma mentalidade internacional, de empreendedores e de elites que puxem pelo país.
Aos 71 anos, Van Zeller prepara-se para deixar a presidência da confederação dos patrões, lamentando a falta de capacidade para influenciar as decisões que podem mudar Portugal.» 

Afirmação de uma hipocrisia não mensurável e representativa da idiota desumanidade de uma sociedade a pedir um Obama. 

O que muitos desconfiam é porque é que se pode pagar valores duplos e triplos na Europa e não se pode pagar em Portugal.
A produtividade tem as costas largas, porque a produtividade não é mera intensidade de trabalho, mas uma conjunção de factores que começa no ambiente empresarial, na capacidade - dinâmica - inovação - ética empresarial e em muitos outros factores que potenciam a mão de obra empregada. 
Salários baixos significam capacidade instalada baixa, fraco mercado interno, numa espiral de pobreza pessoal e empresarial.

Na minha actividade patronal sempre achei que o problema está mais do lado de um patronato retrógrado e ganancioso aditado a um Estado não misericordioso com os agentes económicos. Nesta união de um Estado self parasitário com maus empregadores, gerador de maus empregados, é que está a resposta.

Aplaude-se, assim, a saída do sr. Van Zeller, aplaudindo-se também a verdadeira representação de empregadores autónomos do Estado, verdadeiramente representativos de uma sociedade de pequenas e médias empresas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

JERÓNIMO E O REGIME AUTOCRÁTICO DE PRIMEIRO MINISTRO

«Jerónimo de Sousa, destaca a existência de quase 700 mil desempregados, «muitos dos quais sem subsídio de desemprego» e chama a atenção para o «trabalho precário e sem direitos imposto às novas gerações» e para o encerramento de empresas, «que criam um drama económico e social em vastas regiões do país» e que resultam de «uma política de direita prosseguida há vários anos».
O dirigente do Partido Comunista acusa o poder dominante de desenvolver uma política que impõe «sacrifícios a quem vive do seu trabalho, da sua reforma, dos seus pequenos rendimentos», ao mesmo tempo que «favorece os lucros dos grandes grupos económicos».
PS, PSD e CDS merecem críticas de Jerónimo de Sousa: «Querem prosseguir os ataques aos direitos dos trabalhadores e agravar ainda mais a exploração, querem ir mais longe na privatização da saúde, do ensino e na destruição da Segurança Social, querem tornar mais apelativa a especulação e lucro, em detrimento de uma aposta na produção nacional, na nossa indústria, nas nossas pescas, na agricultura e no mundo rural».
Estes partidos, aponta ainda o líder comunista, pretendem também «comprometer o país com novas aventuras militares enviando soldados portugueses para guerras ao serviço dos interesses dos Estados Unidos e da Nato».
«Num tempo em que se vão distribuindo umas migalhas pelos que menos têm» e em que «se apela ao conformismo, à resignação, em que se procuram impor as injustiças e desigualdades como sendo algo de natural», Jerónimo de Sousa insiste que «nem o país está condenado ao atraso» nem os portugueses estão «perante a inevitabilidade de uma vida pior».
Mesmo para os não comunistas, para aqueles que acham que não são as relações sociais de produção e o materialismo histórico a única "história",  não custa reconhecer que o diagnóstico do partido comunista pela pena de Jerónimo nos elementos com fundo a vermelho são certeiros. A laranja, uma meia verdade. Política de direita ou regime de deriva autocrática baseada num projecto pessoal de primeiro ministro? A verde a anulação de todo o esforço de credibilidade, na velha postura do orgulhosamente só nós, onde em toda a seara só apenas joio sem um único grão de trigo!  

MERLIN NÃO FARIA MELHOR


Os helicópteros Merlin da FAP parecem saídos de uma recorrente rábula redonda.

É estranho como habitualmente o material para as nossas forças armadas, mesmo o material em primeira mão, parece saído de uma loja dos trezentos.
Para além das contrapartidas que ficam aparentemente por outras partidas do mundo, a opção  em qualidade é quase sempre errada.
Ou alguém têm dúvidas que se devia sempre optar pelo material do complexo militar - industrial Norte-Americano, o único que dá garantias de continuidade por muitos anos em manutenção e substituição de peças? Ou não é tudo um jogo de soma zero?

SABER VIVER


Mário Soares: «Já ninguém anda descalço em Portugal».Histórico socialista critica desigualdades sociais, fala do défice «assustador» e do elevado endividamento, critica políticos e empresários, mas deixa também alguma esperança

Considerado por alguns o paterfamílias deste assomo de democracia, Soares pode ser acusado de hipocrisia política e de outros mimos, não pode é ser acusado de não saber viver nesta democracia, dando aqui e além uma no cravo outra na ferradura.

Para além de todas as mordomias próprias de um ex, Soares consta que arrecada para a sua fundação, à conta de muitos sorvetes a menos para a população em geral, uma verba próxima de 5.000.000€ ano.
A bem da igualdade e dos pés dos Portugueses!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2004, O ANO DA APRENDIZAGEM E DO COMEÇO

RESQUÍCIOS OU BRINQUINHOS PRÉ-GLOBALIZAÇÃO?

Nada de muito diferente no comunicado da guarda revolucionária do Irão, ao falar em inimigos estrangeiros, inimigos da revolução e imprensa internacional, «a paga pelo preço da insolência» ...
nada que alguma literacia histórica não apagasse definitivamente da história mundial.  

Depois do cidadão Britânico executado segue-se, numa extensa lista, um cidadão Português - Chinês com dupla nacionalidade. Não reconhece a  China a dupla nacionalidade? Paciência, também nós Ocidentais da boa vontade não reconhecemos credibilidade a um país que teima em se assumir nos aerópagos internacionais como um país, dois sistemas: o capitalista e o do terror!


E o que dizer do Chavéz Boliveriano e a sua fixação, fruto de uma má lição, do tição inimigo externo Colombiano?

E ainda há quem ache que não nos devemos prover de pedras, paus ou submarinos num tempo que cheira cada vez mais a um novo reequílibrio da população mundial!

BPP E A MANUTENÇÃO ABSOLUTA DOS IDIOTAS POLÍTICOS

Um dos problemas mais graves existentes em Portugal, porque tudo e a todos afecta, é a cegueira dos agentes políticos. Para os agentes políticos tudo se resume à luta partidária sem quartel, sendo a política de terra queimada e o empobrecimento de Portugal a consequência dessa guerrilha constante.
Como bem diz Camilo Lourenço, a separação das águas entre o retorno absoluto e o investimento em produtos de risco, resolvia-se com a assunção pelo Estado e emissão de dívida- se para tanto houvesse vontade política.
Ganhavam os cidadãos deste país em confiança nas suas instituições, ganhava a política e os agentes políticos em credibilidade. Para tanto, no entanto, só um governo de gente sã e credível, sem Teixeiras dos Santos, Sócrates e Constâncios na nossa vida!

INEVITÁVEL COMO O DESTINO OU QUANTO CUSTA A CADA UM DE NÓS UM PRIMEIRO MINISTRO COM ESTA CARGA DE AMBIÇÃO PESSOAL?

«Corte do défice: quem vai pagar são os contribuintes - Economistas avisam que, quer se aumentem os impostos, quer se corte na despesa, portugueses é que vão sofrer»
Inevitável como o destino, evitável com uma década de boas políticas, onde não pontua-se o Magalhães e outras ilusões de um projecto político pessoal.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

GIDDENS E O OGRE

Um dos maiores sociólogos, Anthony Giddens, dizia dos políticos que "ninguém pode ser um político instruído, sem um conhecimento informado do carácter variável dos valores culturais. As políticas concretas que não assentarem no conhecimento dos modos de vida daqueles a quem vão afectar poucas hipóteses têm de êxito. Assim, um assistente social branco, que trabalhe numa comunidade de pessoas oriundas das Índias Ocidentais, numa cidade britânica, não poderá conquistar a confiança dos seus membros sem desenvolver uma sensibilidade face às diferenças culturais que frequentemente separam os brancos dos negros na Grã-Bretanha.»
Do mesmo modo um egocêntrico dandy branco, cheio de si, incapaz de humildade e verdade, carregado de uma incapacidade mórbida para a diferença, mesmo a homossexual, cada vez mais odiado, incapaz de reconhecer insuficiências que tapa com arrogância, afecta sem êxito, empobrecendo e desmotivando toda uma sociedade cada vez mais desempregada e sem esperança. 

domingo, 27 de dezembro de 2009

O PAI NATAL NEGRO DOS COMERCIANTES

Saldos: ASAE «apanha» 610 infracções; autoridade fiscalizou 1248 lojas e abriu 393 processos de contra-ordenação
Alguém explica a esta autoridade inútil, inimiga do povo, que os saldos não afectam nem desinfectam a carteira dos poderosos  tendo ANTES PELO CONTRÁRIO UMA FUNÇÃO POSITIVA DE PERMITIR O ACESSO A BENS QUE , DE OUTRO MODO, UMA PARTE DA NOSSA POPULAÇÃO NÃO TERIA.

Infracção é a própria ASAE, inimiga dos bolsos dos contribuintes e cóio de despesa pública. Tenhamos esperança que um dia destes esta entidade seja reconduzida à sobriedade e bom senso do seu passado: um organismo público de controle de qualidade alimentar, não destruidor do tecido empresarial!

SHAME OF YOU SR.PEDRO NUNES, BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS

Podiam a totalidade dos médicos ser a consciência sininho da sociedade, pela exposição à fragilidade dos homens. Podiam até ser os campeões da igualdade, verdadeiros congressistas dos direitos menos materiais do homem, mas não!
Nas palavras de um médico jovem, oncologista, de seu nome Paulo Cortes o actual número de oncologistas em Portugal, 120, é irrisório face às necessidades de incidência da doença afectando em decisiva instância  a qualidade dos actos desta valência.
Para Pedro Nunes, bastonário, como aliás para outros anteriores bastonários, a abertura de uma nova faculdade em Aveiro é um crime, por haver em sua opinião clínicos suficientes, indo afectar a qualidade dos próximos médicos pelo abaixamento da qualidade da formação.
Shame of you, sr. Pedro Nunes, que com esse tipo de sofismas corporativos mais parece um comerciante da medicina do que um verdadeiro João Semana!

2009 O PIOR ANO DA VIDA DELES

Numa sociedade que se habituou ao superficial;  numa sociedade de luta política onde o que conta são as espingardas e o olhar baço; numa sociedade cada vez mais nuclear; numa sociedade de sobrevivência individual; numa sociedade de faz de conta; numa sociedade VIP; numa sociedade de precariedade; numa sociedade onde as redes de solidariedade são cada vez mais tenúes face às enormes adversidades  e aos números da solidão, da velhice, do desemprego; numa sociedade destas, sem alma, onde os privilegiados fumam os vidros e apelidam, os cada vez maior número de não privilegiados, de desgraçados, o futuro colectivo será negro porque não há futuro para uma sociedade de desiguais.

sábado, 26 de dezembro de 2009

QUO VADIS D.ANTÓNIO DE BARRETO, MESTRE DA ORDEM DO SENSO?

Para quem, como eu, se degladia entre a economia e a Europa, entre a história e a sociologia, os meus passos rastejam caminhando com António Barreto. Mais outro H do Portugal de bom senso que espadeira entremeado entre o ânimo e a tormenta o portugal do p pequeno, pelejando como El-Rei D.Afonso Henriques, criador no céu e na terra da marca Portugal.
«A omnipresença de um Estado que desempenhou todos os papéis, o de inovador e o de conservador, o de revolucionário e o de reaccionário, o de motor e o de obstáculo ao desenvolvimento, o de abertura e o de fecho ao mundo exterior, o de déspota e o de liberal. Parece que quase tudo começou e acabou no Estado. Conquista e reconquista, expansão e retracção, instrução e obscurantismo foram obra de um Estado que pouco espaço deixava para a sociedade de classes, grupos e homens livres e independentes.»

ESTE NOSSO AVATAR, SER LIGADO EM NÓS EM REDE

Caro João

Quando a luta do homem é entre o eu e o mim, a bloga é uma espécie de corpo Avatar onde migramos e onde depositamos a nossa mais intensa humanidade.

O papel que nos é destinado, nesta interacção constante da vida, é indubitavelmente o nosso melhor papel: o do ser que habita a árvore da divindade em rede do nós.


A luta é desigual entre o armamento sofisticado e cruel do homem inchado, arrogante, desprezível que há em nós, e o nosso Avatar humilde. 

Na floresta das nossas consciências, com ou  sem Ewran, depositamos as últimas esperanças que um mundo pretensamente superior humanize e reconduza o homem à verdade suprema que a ganância, pequenez e insignificância do seu eu corporiza.

O MAIS LINDO PRESENTE DE NATAL


No espaço da bloga podemos ser intensamente nós, nesta luta titânica entre o eu e o mim, desprovidos de um papel social que nos desumaniza.
Feliz Natal, Helena, e obrigado por esta prenda, a única que o mundo deveria dar e receber.

O PORTUGAL DOS JUÍZES E DA LEI AMIGA DOS INFRACTORES

«Acusado de homicídio por matar assaltante». Reacção de ourives a roubo violento não foi considerada legítima defesa.


«Morto pelos ladrões com pancada na cabeça». Tinha 56 anos e tentou impedir mais um roubo em fábrica de reciclagem de cobre».

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E A EUROPA AQUI TÃO PERTO

No ano da entrada do Tratado de Lisboa, lugar à reflexão de três momentos cruciais do processo de integração europeia.

Não é fácil escolher três momentos cruciais no processo de integração Europeia, dada a extensão temporal, a complexidade e diversidade de processos do “próprio processo”. Neste contínuo de avanços, recuos, alargamentos, grandes saltos e pequenos passos, até “amuos” como o propiciado pela crise da chaise vide, “Euroescloroses” que redundaram em “Euroactivismos”, linhas da frente ou bastidores, como as de algumas importantes Conferências Intergovernamentais que “tornearam” Tratados, ou verdadeiras cartas fundadoras como o Plano Schuman. Tendo de optar escolho, mais que as iniciativas, os momentos. Em primeiro lugar, o propiciado pelo Tratado de Paris, “pai de todos os Tratados”, primeira vez que se propõe a governos que abdiquem de parte da sua soberania, mesmo que apenas a assuntos concretos como a produção do carvão e do aço. O momentum da “crucialidade” deste processo, envolvendo Schuman- Monet - Paris, pelo que terá de “vectorização” do processo próximo futuro, através da afirmação da supranacionalidade e dos elementos funcionalidade e gradualismo. Como bem assinala (Bustamante & Juan Manuel, 2004, p. 69), a CECA representará como que um laboratório no seio do qual se porão à prova princípios e mecanismos da futura União e no que, Last but not the least, implicará na afirmação do caminho da integração sectorial e do subsequente Tratado de Roma, porta aberta ao Mercado Comum Europeu e ao Tratado Euratom. Se para muitos, Comunidade Económica Europeia “rima” com Tratado de Roma, é inegável que a CECA marca o início do processo de integração na Europa.

Um 2º momento “de puro deleite” no caminho integracionista, o inevitável momento do Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia. Com atribuições estendidas aos domínios social e cultural, a Comunidade Económica Europeia, agora Comunidade Europeia despojada da designação “económica”, associa-se a novas políticas e formas de cooperação. A estrutura de Templo Grego deste Tratado de tratados, para além do que já é tomado como supranacional, o primeiro pilar, acoberta novas matérias cooperativas chamadas à colação da intergovernamentabilidade. A Europa, dos tratados – quadro, repousa cada vez menos na sua interpretação teleológica. Novos princípios de competência partilhada, como a subsidiariedade e a proporcionalidade, afastam fantasmas e reforçam a assunção da lealdade comunitária. A cidadania da União e a coesão económica e social em conjunto com novas competências e novas políticas, não esquecendo a reforma das instituições e o objectivo da União Económica e Monetária, fazem de Maastricht um novo momento de salto e reafirmação do projecto comum de integração Europeia. Tensões monetárias, crise económica e política externa, serão o alfa e ómega, numa recorrente frase de um nosso conhecido, da ratificação do Tratado, que entrará entretanto em vigor a 2 de Novembro de 1993.

Momento 3, o Tratado de Lisboa! Pela proximidade temporal, espacial, pelo chauvinismo, pelo Mosteiro e rio - que já alguém confundiu com mar - pelo desapertar do nó górdio escrito a 27, pela necessidade de afirmação externa na nova ordem global deste gigante económico de pés de barro, fruto de consecutivos alargamentos e “entupimentos”, mas também, especialmente, por um novo salto no aprofundamento e comunitarização dos derrubados – ou integrados – dois pilares. Curiosamente e permita-se-me a blague, deixou de haver referência a Templos, estando hoje a Europa, depois das tendas da Torre de Belém, abrigada e obrigada a uma Pala onde se abrigam os 27 “Calatravas”[1] Europeus. A recente frase do histórico Jacques Delors, o senhor Europa, “A crise de valores consiste no facto de que neste mundo tudo se compra. Nós defendemos os sonhos que o dinheiro não compra”, resume bem a importância crucial deste último e contemporâneo momento da história Europeia. A Europa a 27, onde os acordos e as unanimidades deram lugar às maiorias, onde o reforço da democraticidade e da cidadania se substitui à tão pejorada “Europa dos juízes”, exige cada vez mais sonhos que o excesso de interesses, sem valores, não comporta. O Tratado de Lisboa, que reforma o Tratado da União Europeia e que reforma e renomeia o Tratado que institui a Comunidade Europeia em Tratado sobre o funcionamento da União Europeia, dando a este projecto Europeu mais democraticidade - maior papel dos Parlamentos Nacionais - princípios de Direitos Humanos, novas vozes, personalidade jurídica, flexibilidade institucional, aparece, depois do falhanço do projecto de Constituição Europeia, como uma nova oportunidade para “ganhar ou perder de vez” os cidadãos Europeus. E o que é, verdadeiramente, a União Europeia? 

A resposta mais simples diria que é um novo tipo de união, “união cada vez mais estreita entre os povos da Europa” e entre Estados pertencentes à Europa, entidade “mutante” nos conteúdos, nas políticas e nos protagonistas, de Maastricht a Lisboa, onde os 27 actuais Estados soberanos aderentes assumidamente depositam cada vez mais em comum, limitando, partes substanciais da sua soberania. Consolidada a União Económica e Monetária, trilhados os caminhos do social e do cultural, a União queda-se na antecâmara da integração política. Se com Maastricht e até ao tratado de Lisboa a União Europeia parece não dispor de personalidade jurídica, mas apenas competências próprias, com Lisboa a União passa a ter personalidade jurídica. O quadro institucional único e as cooperações reforçadas ou integrações diferenciadas são “batutas da mesma orquestra”.[2] A União é, assim, uma espécie de “máximo divisor comum do possível”, fusão, até Lisboa, das Comunidades Europeias com as políticas e formas de cooperação instituídas pelo Tratado da União Europeia. Recordação baseada em formação académica anterior, reconduz-me a conceitos da Teoria dos Conjuntos como união, intersecção, pertença, elementos … como se esses elementos soberanos construíssem subconjuntos, cada vez maiores, de domínio material resultantes da intersecção da União, metamorfoseando este projecto, paulatinamente, de Maastricht, a Amesterdão, a Nice e por fim a Lisboa. A estrutura em Templo, para Fausto Quadros em tríptico, era resultado dessa espécie de dialógica, encontro do pilar “de sedimentos” dos Tratados institutivos das três comunidades, com os dois de natureza intergovernamental, a PESC – política externa de segurança comum – e a CPJMP – cooperação policial e judiciária em matéria penal - concretizados por acordos bilaterais ou multilaterais que, na opinião de (Quadros, 2008, p. 61) , “são puros Tratados Internacionais.”

A necessidade de cada vez mais cidadania, para que os bitaites não se quedem na ignorância dos maus fígados, dá asas a três relevantes “sites” respeitante ao quadro normativo Comunitário. 

Independentemente das críticas de muitos Eurocépticos pela complexidade caótica do “corpse” criado pelo contínuo processo de integração, desde as Comunidades Europeias à União Europeia, naquilo que podia ser considerado como “Euroconfusão” e “Euromiscigenação”, a enorme torrente de informação disponibilizada e o esforço de desmultiplicação revelado pelas diferentes instituições e órgãos da União, demonstra uma atitude de grande transparência e um esforço evidente de consolidação.

Feito o registo de aprovação, três sítios, sem preocupação de seriação, saltam-me à vista. O primeiro, o Euro - Lex, http://www.eurlex.europa.eu/, pelos motivos aduzidos na afabilidade da sua porta de entrada: porque oferece um acesso directo ao direito da União Europeia; porque permite consultar o Jornal Oficial da União Europeia; porque inclui, os tratados, a legislação, a jurisprudência e os actos preparatórios da legislação. Nota, en passant, para o interessante e utilíssimo guia prático comum ao Parlamento, ao Conselho e à Comissão, como que um propedêutico direccionado aos responsáveis pela redacção dos textos legislativos, simplificador do conhecimento dos direitos e obrigações por parte dos cidadãos, dos operadores económicos e dos órgãos judiciais. Procura a União, assim, pedagogicamente, entre outras coisas, evitar as excessivas “vírgulas à Portuguesa” o que me reforça a perplexidade de haver ainda quem, no nosso pequeno espaço, duvide da bondade e do resultado do lastro Europeu, para a modificação do acervo das tão propaladas, mas tão pouco efectivadas, boas práticas nacionais! Menção, também, neste ciclópico fundo documental, para a publicitação das perguntas parlamentares pelos deputados ao Parlamento Europeu, como meio de fiscalização das actividades da Comissão e do Conselho. Assim, o Euro – Lex, com o seu reportório segmentado de legislação comunitária em vigor, o seu acervo de Tratados constitutivos, modificativos, de adesão, a legislação, a jurisprudência, os procedimentos legislativos, os intervenientes e as ligações que permitem informação sobre agendamento, orçamento on-line, … é um instrumento poderoso para quem quer estar informado sobre esta União que “já não nos entra pela porta, porque já está definitiva e decididamente cá dentro”.

O segundo “site”, o Curia, http://curia.europa.eu/, porta aberta do Tribunal de Justiça, autoridade judiciária da União e que vela, segundo nota introdutória, “em colaboração com os órgãos jurisdicionais dos Estados-Membros, pela aplicação e a interpretação uniformes do direito da União”, seja ela “constitucional”, administrativa, internacional ou de alcance político. Acrescenta ainda o Tribunal de Justiça da União na apresentação geral do seu sítio: “no âmbito desta missão, o Tribunal de Justiça da União Europeia fiscaliza a legalidade dos actos das instituições da União Europeia; assegura o respeito, pelos Estados-Membros, das obrigações decorrentes dos Tratados e interpreta o direito da União a pedido dos juízes nacionais.” O reportório de jurisprudência e a jurisprudência tout court, posterior a 17 de Junho de 1997, albergam também pérolas - como esta - que exemplificam a dimensão da importância: “S'il est vrai que la charte des droits fondamentaux de l'Union européenne a été invoquée à plusieurs reprises par le juge communautaire comme source d'inspiration pour la reconnaissance et la protection des droits des citoyens et comme critère de référence des droits garantis par l'ordre juridique communautaire, il n'en demeure pas moins qu'il s'agit, à l'heure actuelle (c'est-à-dire en février 2005), d'une déclaration qui n'est pas dotée de force juridique contraignante.”(http://curia.europa.eu/common/recdoc/repertoire_jurisp/bull_ordrejur/data/index_A-01_00.htm). A eficácia do sítio anda, assim, como neste exemplo, de mãos dadas com a eficácia da apreciação pelos juízes do Tribunal de Justiça da capacidade jurídica, “vinculando-nos” a este sítio de primordial importância para o conhecimento de matérias curriculares de Direito Comunitário.

A escolha do terceiro “site” ou sítio, exigiu um escrutínio entre o sítio do Parlamento Europeu, http://www.europarl.europa.eu/, o da Comissão Europeia, http://ec.europa.eu/index_pt.htm e o abrangente sítio http://europa.eu/index_pt.htm. A escolha, depois de alguma ponderação, acabou por recair no sítio http://europa.eu/index_pt.htm, por se revelar como uma espécie de sítio agregador de domínio mais amplo, onde precisamente coexiste múltipla informação sobre os domínios de intervenção da União Europeia, princípios fundamentais, instituições e órgãos, legislação, tratados, história da União, tudo informação a débito da nossa unidade lectiva de Direito Comunitário

[1] Ou, nas suas derivas, alguns mais parecendo autênticos “Encala-cravas” Europeus!
[2] Embora a última seja só uma espécie de “semente de Amesterdão” e me soem mais verdadeiros os termos geometria variável, ou Europa a várias velocidades – aqui, também, passe a brincadeira, apesar de sujeitas ao mesmo movimento de rotação da terra!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A RECESSÃO AUTO-INDUZIDA

Para quem gosta de reflectir sobre economia pelos dois p, paixão ou profissão, mas também no âmbito da cidadania consciente, aquela que  reflecte como agente activo e não se posiciona como o telespectador  passivo em três D, mais a mais no quadro da UEM e do Plano de estabilidade e crescimento, um magnífico post, http://aregradojogo.blogs.sapo.pt/220125.html, do nosso amigo Carlos Santos, e a réplica comentarista do "Básico" - recessão auto-induzida, políticas neo-liberais, monetarismo, mercado, estabilizadores e spreads!
Apetece perguntar: a quem serve este PEC? Porque temos a sensação que este mundo está novamente, sempre esteve?, formatado para os muito poderosos e os seus lacaios - os judas dos trinta dinheiros?

O JOELHO DE SÓCRATES


i: «Sócrates impõe voto contra adopção por casais gay». Líder da bancada socialista admitia dar liberdade de voto ao projecto do BE e de Os Verdes. Mas o primeiro-ministro travou a ideia
Pior que o autoritarismo anti-democrático de Sócrates, só a fixação de que Claire foi vítima. Num caso o objecto é o casamento de Sócrates , no outro foi o joelho de Claire. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Não tem nada e é mesmo por isso ou ambos são irrelevantes porque nenhum toca no ponto!

FREDO FREDO, CALDO CALDO, OU A ILUSÃO DE NADA FAZER

Zona Euro: Portugal é o mais hostil à subida de impostos
«Só 7% dos inquiridos se mostra receptível a suportar uma maior carga fiscal».
Obviamente como uma grande maioria  dos Portugueses não é estúpida, havendo alguns que dão prova sistemática do contrário, já se apercebeu que o aumento de impostos está na razão directa da aniquilação em espiral da actividade produtiva. 
«Os portugueses estão entre os europeus que mais reconhecem a necessidade do país fazer reformas estruturais. No entanto, são poucos os que vêem com bom grado o corte na despesa ou o aumento de impostos, revela um relatório da Comissão Europeia.»
Obviamente, também, que os Portugueses sentem que um país que se afirma na burocracia, no excesso de protagonismo público e na irreversibilidade de um deficit de um tecido verdadeiramente produtivo necessita de se reformar para o seu interior e em força.
«Os cidadãos nacionais são, na Zona Euro, os que menos aceitam uma subida dos impostos. No entanto, a hipótese de reduzir despesas é melhor vista, com 30% a referir que esta é a alternativa «menos má». Contudo, representa o quarto valor mais beixo da região.»
Obviamente que a diminuição de despesa tem de ser o caminho. Há muito que se percebia que para evitar 300.000 ou 400.000 desempregados em sectores que criam falta de receita em espiral, o Estado deveria ter abdicado de muitas mordomias e muitos serviços cruzados. Entre despedir 100.000 funcionários públicos ou 400.000 funcionários de empresas produtoras de bens transaccionáveis qual acham que é a melhor solução?

Não fazer nada?!!!!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O CESE - COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU

Muitas vezes ouve-se da vox populi que a União Europeia e os seus órgãos burocráticos  são uma hidra que nos suga por dentro.
O desconhecimento da União e dos seus órgãos faz com que se desconheça que este comité é formado  por representantes de empregadores, trabalhadores e actividades diversas, propostos pelos estados membros.
Tem, hoje, decisão de reunião por iniciativa própria, tendo um papel consultivo com três tipos de pareceres: a consulta obrigatória, o que implica que uma decisão no âmbito da PAC, das políticas sociais, da Coesão Económica e Social, do emprego, dos transportes, das redes transeuropeias, só pode ser tomada pelo conselho ou comissão após consulta a este órgão; a consulta voluntária quando a comissão, o conselho ou o parlamento europeu solicitarem a sua opinião através da formulação de pareceres exploratórios, com vista a uma acção futura; os pareceres da sua própria iniciativa sobre qualquer assunto que considere relevante.

FUTURO RISONHO OU BISONHO?

Não, o futuro não é risonho quando se nos deparam licenciados jovens sem trabalho e menos jovens também licenciados, alguns com longas competências e formações, atirados para o caixote de lixo da história, desperdício em terra de pobres. A disfunção que cria esta anomia social é tão forte que alavanca já uma nova diáspora que secularmente nos empobrece.

O grito de aviso há muito que se fez sentir.

Para todos os que "achavam" que se estava a processar uma revolução silenciosa, um novo paradigma de desenvolvimento, fica agora a consciência ou a inconsciência que a montanha actual há muito paria um rato.

Um rato de propaganda, autismo e mediocridade que do alto do seu TGV de bitola curta do nosso suor, acena à multidão um aceno pútrido de quem vale por ter um olho, mesmo que estrábico, em terra de cego.

Para quem o tecido social é como um fato Armani que servia apenas, na perfeição em algumas situações, as ambições de um menino arrogante e casmurro, aprendiz de reizinho no reino a sul do da Dinamarca.

AUMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE OS PRÉMIOS DOS GESTORES

«O aumento dos impostos sobre os prémios aos gestores não vai alterar nada porque passam a contar com esse imposto e sobem os prémios. O que devia ser feito era: A remuneração dos administradores ( incluindo prémios e outras remunerações) devia ser feita através de uma formula em que o factor mais importante seria a média das remunerações que as administrações pagam aos seus trabalhadores. Aí sim, havia justiça remuneratória.»
Nem mais! A não tomada de soluções correctas é um problema de falta de imaginação ou releva da mera táctica da areia para os olhos?  

CLIFFS OF MOHER OU O NINHO DA CRISE DO TIGRE LUSITANO?



A Oeste da Irlanda a subida das águas do mar, não coloca problemas.
Ao contrário da crise global que já decretou, consciente e atempadamente, cortes nos ordenados dos funcionários públicos.
 



E por cá, será essa a solução para os nossos abismos financeiros, ou a crise irá ramificando, criando ninhos de corvos? 


domingo, 20 de dezembro de 2009

O JOVENZINHO DA IRMANDADE DOS PAIS NATAIS

FIZERAM DO CINTO DA OLÍVIA PALITO, BANDEIRA MAIOR DE PORTUGAL



AGUENTAR FIRME, AGUENTAR FIRME, AGUENTAR FIRME ... TRISTE SINA DOS MARINHEIROS DE PORTUGAL, QUE DE TANTO AGUENTAREM FIRME EM MARES SEMPRE ENCARPELADOS, REGOZIJAM ATÉ DE OLHAR FERNÃO CAPELO, O GAIVOTA. VAI, SUA P..., ROUBA-ME O PÃO DO MAR  NESSE INCESTO E NESSA DEPRAVADA FORMA DE ME ODIARES. DE TANTO FURAREM O CINTO FIZERAM DO CINTO DE PORTUGAL, UM COLAR CADA VEZ MAIS FINO ONDE TODOS OS DIAS TROPEÇAMOS NAS CONTAS! Tudo se esboroa até o pessimismo para além do limite de um furo mais no cinto, transformando-se aí em risada, em insustentável irresponsabilidade que faz de nós reis magos no deserto, palhaços no jardim zoológico e Scooby-Doos de pau na boca. Afinal basta uma palavra simpática, basta um sorriso para apagar aquele olhar mau de fétida e nojenta barata, de quem se preocupa demasiado com o umbigo e demasiado pouco com o sorriso e o bem estar de um seu cidadão camarada.

É tempo de dizer basta companheiro ... mas só depois das festas e das prendas e do abraço dos reis magos!

MEDINA Ó É , MEDINA Ó À, MEDINA Ó É, AMARRA SAIA ... À CONTINUAÇÃO DA INCLINAÇÃO DO PLANO!

Na carreira de tiro que se transformou Portugal, numa sociedade esquizofrénica de luta de lealdades e de mordomias fraticida,  para quem considerava Medina Carreira o velho do Restelo recorrente do momento, a bofetada de luva branca deste desgastado mas interessado pelo seu país e corajoso "velho". Escusava "o amigo" Soares de ouvir, que lhe foge a letra para o interesse, cada vez mais deletando a imagem positiva de pai da pátria e da democracia num determinado momento do processo histórico Português.
 

De A a Z Medina desmonta aquilo que muitos pensam, mas poucos se atrevem a dizer. Desta vez fazendo um esforço de moderar o voluntarismo, para não ser conotado com ... "Restelo"!
 

Fazendo um esforço de reacção a cruzada de Medina, coadjuvado por um dos mais sérios do jornalismo nacional, mesmo se pautada por algum desejo de afirmação, mas sobretudo de desejo sincero e pedrada no charco da pútrida condição do doente Português terminal, mais natural e mais salutar do que a daqueles que abdicam de algum esforço pessoal, remetendo-se ao comodismo do poder e dos interesses do momento, meteu-se ontem e bem por terras da justiça, nas consequências que isto têm para o empobrecimento e descrença nacional.

Com a ajuda preciosa de José António Barreiros a justiça aí está a nú, sendo de particular importância alguns aspectos focados por Medina: a má feitura das leis; a não consideração na feitura de todos os procedimentos da opinião e contribuição de todos os actores da justiça, desde o juiz a todos os funcionários e oficiais de justiça que são a peça do puzzle, sistematicamente poluída e negligenciada pelos iluminados do ... costume!; a não consideração do custo - benefício e da simplificação de A a Z.


Uma análise do exterior do rectângulo seria necessária, para se perceber a quem interessa, já não esta falta de unanimismo mínimo nacional, mas esta cegueira e ida para o abismo por parte do que se designa de classe política  - que seca a intervenção do povo e seca Portugal dos seus melhores.    

PEDIDO DE DEMISSÃO PARA A ADMINISTRAÇÃO DA TAP: A UMA COMPANHIA DE BANDEIRA EXIGE-SE, NO MÍNIMO, ÉTICA E LISURA NOS PROCESSOS

«Passageiros da TAP em terra por falta de lugar»


A percepção histórica que se tinha é que Fernando Pinto foi sempre o homem correcto para o leme.
A percepção actual, no entanto, já não vai no mesmo sentido.
Não só porque Fernando Pinto corporizou uma compra de Airbus mal explicada em termos de contrapartidas, não só porque Fernando Pinto fez investimentos desastrosos na sua terra natal, mas também pela má gestão e desrespeito da Tap para com os seus clientes no que diz respeito ao overbooking.

É em alturas como esta que apetece dizer que a Tap devia ser extirpada e desmembrada, não só desta administração, há demasiado tempo na casa, como dos seus custos que a fazem mais uma sugadora de dinheiros públicos.

O overbooking sistemático da Tap é criminoso sob todos os pontos de vista:
1) é criminoso porque a Tap tem uma política deliberada de overbooking - como me foi reiterado por funcionários da mesma;
2) é criminoso porque tem gravíssimas consequências para a imagem do país;
3) é criminoso pelas consequências e prejuízos para com os seus passageiros, independentemente dos 600 € de indemnização máxima, para os passageiros impedidos de embarcar por overbooking.
4) é criminoso, por fim, pois muitas dúvidas se colocam sobre os prejuízos decorrentes de tal política, não só de ética condenável, como financeiramente percepcionada na negativa.


O argumento final que todas as companhias fazem o mesmo, para além de sujeito a prova, não nos parece caber numa companhia de bandeira e no mundo de direitos do consumidor.

A crédito de Fernando Pinto fica, para o interior da companhia, a unidade inicial de bandeira que  postergou para mais tarde o colapso da chama perpétua da conflitualidade nacional! 

Ou não fossem os Portugueses lordes do conflito!  




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

PORQUE DEVEM ACABAR OS RECIBOS VERDES!

«PROFESSORES/AS DAS AEC'S DO PORTO SAEM À RUA: SOLIDARIZA-TE!


No Porto, são 129 professores/as em escolas públicas: 59 de música; 70 de inglês


Têm horário estipulado
Local de trabalho definido
Estão inseridos numa equipa
Têm coordenação/hierarquia
Têm que prestar contas do trabalho efectuado
  • CUMPREM TODOS OS REQUISITOS PARA TEREM UM CONTRATO DE TRABALHO,
  • O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESTÁ A PAR DA SITUAÇÃO;
  • A AUTORIDADE PARA AS CONDIÇÕES DE TRABALHO ESTÁ A ACTUAR.
- OS FALSOS RECIBOS VERDES NAS AEC'S SÃO A REALIDADE DE MILHARES E MILHARES DE PROFESSORAS/ES EM TODO O PAÍS!
ESTA É UMA LUTA DE TODAS/OS AS/OS TRABALHADORAS/ES!
SÊ SOLIDÁRIO!
JUNTA-TE A ESTA LUTA E DIVULGA ESTA MENSAGEM PARA OS TEUS CONTACTOS E TAMBÉM PARA OS CONTACTOS QUE TE DISPONIBILIZAMOS DE SEGUIDA:
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É FUNDAMENTAL QUE A LEGALIDADE SEJA IMPOSTA E QUE AS/OS PROFESSORAS/ES DAS AEC's TENHAM CONTRATO DE TRABALHO


DESENROLAR O NOVELO DAS AEC'S DO PORTO
  1. Setembro: foi pedido às/aos professores que fizessem duas semanas de animação e entretenimento, enquanto não se encontrava uma parceria para as AEC's. Este trabalho foi efectuado sem contrato.
  2. Meados de Setembro: a EduTec ganha o concurso público, promovido pela Câmara Municipal do Porto, sendo um dos critérios de selecção o preço mais baixo.
(como poupar nos custos I: por exemplo, contratar professoras/es numa garagem de reparação automóvel!)
  1. 24 e 25 de Setembro: reunião na oficina automóvel AutoBrito (!!), em Matosinhos, para atribuição de horários (não tendo em conta as habilitações, a experiência ou o tempo de serviço).
  2. 28 de Setembro: início das actividades lectivas, sem contrato assinado.
  3. Final de Outubro: assinatura do contrato de prestação de serviços.
(como poupar nos custos II: as autarquias recebem 100 euros por ano/aluno/disciplina. Aos professores paga, no máximo, 11 euros brutos à hora, ficando com 29 euros para si.)
  1. 26 de Novembro: Reunião na Câmara Municipal do Porto, entre os responsáveis do pelouro da educação e o advogado dos trabalhadores/as. A CMP referiu desconhecer a situação em que os professores se encontravam (o que é mentira).
  2. 4 de Dezembro: Autoridade para as Condições de Trabalho efectua uma inspecção à EduTec.
  3. 15 de Dezembro: professores/as ainda não receberam os honorários de Novembro.
Perante estas injustiças e constantes atropelos à legalidade, os/as professores/as das AEC's do Porto têm-se organizado no sentido de dar visibilidade a esta situação de precariedade que nos preocupa a todos/as. Assim:
  • deram a conhecer a sua situação a todos os partidos políticos com assento parlamentar, o que motivou uma pergunta do BE ao Ministério da Educação e à Autoridade para as Condições de Trabalho;
  • reportagem na RTP e na SIC;
  • diversas notícias na imprensa e rádio;
  • organização de encontros de trabalhadores/as;
  • assembleia pública decorrida no Sindicato dos Professores do Norte, com presença do FERVE – Fartos/as d'Estes Recibos Verdes e dos Precários Inflexíveis.

  • HOJE, 16 de Dezembro foram apresentadas diversas queixas no livro de reclamações da Câmara Municipal do Porto, numa acção que contou com o apoio dos Precários Inflexíveis, do FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes e de pessoas solidárias com esta causa.»

MÍNIMO SALÁRIO, MÍNIMO TRABALHO

«Salário mínimo de 475 euros em 2010, mas ministra não garante 500 euros em 2011»

Como de costume os governantes, uma ex-sindicalista!, dão uma no cravo outra na ferradura.


500 €UROS! Uma fortuna para os tempos actuais! Demasiado para alguns que nada produzem, miserável para quem trabalha! E depois ainda há quem se espante pelo terrível paradoxo das ofertas miseráveis por colocar face a uma massa de gente desempregada, que prefere essa condição a ser explorada e trabalhar com fome! 

ARBEIT MACHT FREI. FARTO DE TRABALHAR LIBERTOU-SE O SÍMBOLO?


A DITADURA DO TEMPO

A sociologia do tempo é um conceito vago para muitos. Um dos clássicos da sociologia, Durkheim, afirmava já os conceitos de tempo, o chamado tempo abstracto e social organizado socialmente. 
O tempo social é, assim, nas sociedades modernas visto como um recurso e é essa visão que lhe dá um carácter vagamente totalitário. Já não a diferenciação pelas tarefas, luz e estações, mas o tempo função do tempo do relógio.
O carácter irredutível temporal da existência humana de Heidegger deveria-nos, assim, dar a consciência de que a nossa caminhada inexorável pela existência, não se pode pautar por critérios de ambição e ganância que nos retiram a nossa sobriedade de humanos.
Afinal quem quer chegar ao fim da vida sentindo que viveu na condição de ébrio materialmente alienado, sem poder olhar para uma flor a crescer ou um seu rebento a despontar?

OS HOMOS E LÉSBICAS, NOIVOS E NOIVAS DE S. ANTÓNIO


A homofobia é revoltante, porque numa sociedade tolerante obviamente as minorias têm de ter o direito à diferença e à existência. Mas porque têm o direito à diferença não podem ter também o direito à igualdade do que é diferente.  Negar direitos a casais homosexuais é errado. Mas a imposição, nos termos, da igualdade daquilo que é desigual, também é revoltante.  Querer impor à figura do casamento o mesmo termo para casais de género igual é descabido. Porque se as minorias tem direitos as maiorias também. E esse direito é o de não se confundirem pelo menos nos termos, que não nos direitos civis.



Abre-se entretanto a porta. É vê-los aos futuros nubentes, noivas e noivos de S.António!


Será que está para breve a apresentação, em grandes fóruns e conferências mundiais, dos maridos dos maridos e das mulheres das mulheres?

- Ó Chavez quem é esse gringo? Teu novo amigo?
- Mierda, companhero! Amigo, não, marido e boliveriano!

RED BULL DÁ-LHE ... GORDURA INTELECTUAL E CONFIANÇA NO SUPER AVATAR

«As informações oficiosas que chegaram ao autarca do Porto dão conta da transferência do Red Bull para Lisboa «por 12 milhões de euros». Enquanto o evento sobrevoou o rio Douro, as autarquias do Porto e de Gaia pagavam 800 mil euros (400 mil euros cada) por ele, juntando-se a isso comparticipações de empresas que Rio não soube contabilizar.
«Situação escandalosa»
Já Luís Filipe Menezes considerou que esta «é uma situação escandalosa, o Estado estar a suportar um país a duas velocidades. Esta é mais uma atitude discriminatória do Estado, que se está a esquecer que o Porto é fundamental para o erário público do país», afirmou Luís Filipe Menezes, em conferência de imprensa.»
Se há alguma coisa que, ainda, me faz confusão é  a defesa do leader sem quaisquer dúvidas por parte dos indefectíveis e da idoneidade moral e cívica de Sócrates por parte da "carneirada" directiva do actual PS. Apetece perguntar, como podem ter todas estas certezas? Ou eles são ele? Aliás é ver as escolhas dos ministros feita por Sócrates. Alguns indefectíveis que davam uma orelha por Sócrates, esse Avatar descido dos céus para uns, vindo dos Infernos para outros, outros bem fraquinhos e manipuláveis como convêm ao "maior espertalhão" da história recente Portuguesa.

Pode o sr.Costa se irritar como se irritou ontem na quadratura do círculo e achar o assunto deselegante. Deselegante é para  a maioria dos Portugueses, dois terços da população, a arrogância deste poder - infelizmente muito pouco socialista e muito menos competente - que tem arrastado Portugal para a decadência, irrelevância e perda de independência. Sócrates quer continuar o quero, posso e mando, na sua deriva que se confunde com condições pessoais muito pouco abonatórias para um responsável com bom senso. Paciência, perdeu o absolutismo, adapte-se, porque os Portugueses conscientes e informados estão fartos de apertar o cinto e de ser sujeitos às maiores aleivosias! Aliás seria interessante um estudo, desde que não feito pela Eurosondagem ou por outras agências de comunicação a soldo, sobre qual a base de apoio do PS nas últimas eleições, em termos de acesso à formação e informação!

Aquilo que os Portugueses informados sabem é que um país faz-se de equilíbrio regional e de coesão nacional, servindo para tal instrumentos de política regional. 
Como Lisboeta, Português e humanista entristece-me a ignorância destes políticos que tem contribuído para um país cada vez mais desigual. O Porto definha e a luta pelas lealdades já não se chama país mas partidos políticos. A região Norte foi e é a região que mais tem sofrido com a nova ordem económica mundial. A solidariedade, mas sobretudo a boa gestão de Portugal e da coisa pública, exigiam discriminações positivas das políticas públicas. Ao contrário a luta e a guerrilha política, anti nacional e criminosa,  usa as políticas públicas como armas na luta partidária. 

Alguém tem dúvidas que o excesso de gordura dos actuais poderes, vêm directamente do esforço e sacrifício da população Portuguesa e que como JPP e Lobo Xavier muito bem sublinham, a cegueira e o follow the leader a qualquer preço, faz do actual PS um partido muito pouco recomendável para o país? 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

EUROAPPARATCHIK

«Novo edifício do BCE vai custar mil milhões de euros»
Quais serão os ganhos para países como a Alemanha, a Bélgica, a França e o Luxemburgo de serem fiéis depositários de organismos comunitários?
Para além da ajuda Keynesiana extraordinária na construção dos edifícios, quanto estaremos a pagar para manter todo o contexto?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

EDP: PARTE DA SOLUÇÃO OU PARTE DO PROBLEMA?

«Electricidade sobe três vezes mais que inflação entre 2007 e 2010» - Preço da electricidade vai subir 2,9% em 2010.»
Já ouviram falar em deficit tarifário? E em lucros obscenos em crise? E em pequenas e médias empresas que fecham todos os dias à conta dos lucros obscenos - que não dos lucros!- da Edp, da Galp, do monstro Estado?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ENTRE IGUAIS

1ª causa - Impunidade (também temos)
2ª causa - Morosidade da Justiça (eh!eh! Isto é melhor nem comentar!)
3ª causa - Distribuição política de cargos (eh!eh!eh!eh!)
4ªcausa - Conivência da sociedade. E especificam: políticos "enrolados" mantêm-se nos cargos e com elevados índices de popularidade (já quase a meio da tabela, continuo a achar muita graça a este jogo).
5ª causa - Excesso de burocracia. E traduzem: permite a funcionários criar dificuldades para depois "vender facilidades" (gostei do eufemismo. Há 5 a 5 no marcador).
6ª causa - Financiamento irregular de campanhas políticas (novo ataque de riso).
7ª causa - Ausência de políticas anti-corrupção. E explicam: políticos dão ênfase ao combate à corrupção nas campanhas mas deixam o tema de lado quando chegam ao poder (também já vimos aqui este filme. Agora parece que querem fazer uma sequela, mas ainda não sabemos como acaba)
8ª causa - Falta de informação. Eles dizem que o eleitor brasileiro tem pouco acesso a informação de qualidade e não se interessa por política, só decidindo o seu voto  nas vésperas das eleições. (E nós por cá? Aceitam-se palpites)
9ª causa - Tolerância política. E esmiuçam: partidos permitem que políticos suspeitos de corrupção vão a eleições, uma vez que são políticos que ajudam a financiar os partidos. (humm... dejà vu)
10ª causa - Falta de renovação. Diz que no Brasil os partidos são comandados pelos mesmos grupos há mais de uma década. (Mas isto - nova risadinha - é no Brasil, claro)
com o beneplácito do Delito de Opinião!

A VERGONHA DE SER BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS

Governo anuncia mais cursos de Medicina

Se há algo odioso em Portugal é o corporativismo dos médicos!

Se o bastonário defende os interesses mesquinhos de quem diz já haver médicos suficientes em Portugal, numa óptica de quantos menos mais cara a medicina e o privilégio, Mariano Gago e o governo muito bem em defesa de uma maior massificação da profissão e de uma medicina eficaz, para todos e em tempo.

SOARES, UMA NO SISTEMA OUTRA NA CONSCIÊNCIA OU O AVISO DE MÁRIO: NÃO MATEM A GALINHA DOS OVOS DE OURO!


Pessimismo nacional: ao contrário do que diz o nosso pai fundador?, e há muitos que gostariam de ser órfãos de pai e mãe, o pessimismo militante e a maldicência nacional, são fruto da mesma árvore: o parasitismo de um regime que de tanto querer manipular e "paternalizar" suga a energia dos nossos melhores.

Aquilo que diz Soares, a descrença e a indiferença de tantos com tanto ainda para dar, é razão inversa de uma classe política que tomou conta do Estado e parasita Portugal de uma forma cada vez mais brutal.

Portugal vive num círculo vicioso! A pobreza gera esta estranha forma de socialismo de aparelho, de abocanhamento de cada vez menos produção de riqueza, e é vê-los Soares, Sampaio, Almeida Santos e tantos outros, que à força de intocáveis nos cabedais e na opinião, se julgam Deus em terra de cegos. 

O povo porque empobrece dá-lhes bis, porque socialismo é aspiração universal em melhor distribuição de riqueza. 

Fossemos nós menos cobardes e já estes responsáveis - do não fazer nem deixar fazer - já há muito estavam de pantufas, sem dinheiro do Estado para projectos pessoais, motoristas, secretárias e fundações, com 700€ para a leitura diária dos jornalinhos sem atrapalharem quem quer criar riqueza - sem ter o inferno e os diabos na terra! 

E DO MASTRO SE FAZ CRISE! OU IGNORANTES PÚBLICOS

«A Câmara de Paredes vai construir um mastro com cem metros de altura. No topo será colocada uma bandeira de Portugal que, promete o edil, será a maior do País e uma das maiores do mundo. A inauguração do monumento será durante as comemorações do centenário da implantação da República Portuguesa, a 5 de Outubro do próximo ano, mas o valor do projecto - um milhão de euros - está a merecer críticas.
Todavia, para o autarca local, Celso Ferreira, as repercussões em termos de notoriedade do concelho ultrapassarão em muito a verba gasta.»

CAMPEÃO NOS ARGUMENTOS

«Bons sãos os que têm o seu “empregosinho” das 9 às !7H , de preferencia na função pública. Também bons são os que nada fazem e vivem á custa do orçamento .
Todos os outros , aqueles mal formados , que criam o seu proprio trabalho e também de outros, são uns malandros , ousaram sair do politicamente correcto , ousaram ter iniciativa , esses sim são os culpados da crise, pois não criam a riqueza suficientes para distribuir pelos bons. Estes devem acabar com aqueles lançando-lhes cada vez mais impostos e enfernizando-lhes a vida com regulamentos e leis mesmo que absurdas.
Os bons confiam no seu amado chefe, o querido lider , esse bem formado ao Domingo e por fax , o que revela a sua grande inteligencia, e nos levará á vitória final sobre os maus que persistem .»

DANIELA RUAH: UM EXEMPLO QUE HÁ FUTURO PARA OS PORTUGUESES, LONGE DA CLASSE POLÍTICA PORTUGUESA!


PORQUE VIVEM MAL OS PORTUGUESES


DN: «Aluguer de património custa mais 600 mil/mês ao Estado»

A boa gestão dos dinheiros públicos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

QUE ESPANTO!






domingo, 13 de dezembro de 2009

CÓDIGO CONTRIBUTO E PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA, AS PÉROLAS DO PARTIDO SOCIALISTA DE SÓCRATES

«Coligações estranhíssimas entre BE, PSD e CDS»

Será que é assim tão estranho para qualquer Português patriota e não imputável? De dia para dia mais chocante!

O PARLAMENTO EUROPEU TEM MAIS ENCANTO

«Nunca tinha visitado Nova York no inverno. Tive agora essa oportunidade, numa vista do Parlamento Europeu.
Não podia deixar de ir visitar um dos locais obrigatórios nesta época, a Plaza junto do Rockefeller Center. Lá estava a enorme árvore de Natal iluminada, a estátua dourada de Prometeu e o rink de patinagem, cheio de gente apesar do frio nocturno. Um encanto!» Vital Moreira
Enquanto o povo Europeu é sujeito a referendos negativos, enquanto Portugal atinge  quase um 1.000.000 de desempregados entre eles centenas de milhar de qualificados, as elites políticas Europeias deliciam-se com passeios em Nova York!
Chocante a qualidade actual dos políticos Europeus!

NÃO ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA QUEM QUER AJUSTAR CONTAS COM O PASSADO




Frases de arrepiar:«Não estamos disponíveis para quem quer ajustar contas com o passado»


Quando homens se tornam odiosos aos olhos doutros homens, coisas destas acontecem. Demasiado fartos de serem gozados, enxovalhados, a violência torna-se uma válvula de escape do povo que sofre.
Sócrates que não aprendeu nada, devia aprender com o exemplo e arrepiar caminho. Antes que seja demasiado tarde e o povo se levante em fúria de tantos anos de enxovalho!

sábado, 12 de dezembro de 2009

QUERO SER MELHOR PAI, MARIDO E PESSOA


Parecia-me ter ouvido Sócrates a fazer um mea-culpa, afinal foi Tiger Woods o autor de tal acto de contrição!

ERRO HISTÓRICO FORMALIZADO OU TAPAR BURACOS AGORA PARA ABRIR CRATERAS DEPOIS!

Soares da Costa ganha concurso para troço de TGV  «€1.440.749.262,00 para projecto e construção, a ser executado por um agrupamento complementar de empresas liderado pela Sociedade de Construções Soares da Costa S.A., com uma participação de 17,25%.»

Se nos lembrarmos que a Auto Europa representou um investimento dessa ordem e foi e é responsável por uma percentagem muito razoável das nossas exportações, percebemos como as opções de política económica estão reféns de opções voltadas para o empobrecimento.
Quantos Portugueses passarão a ir para Espanha todas as semanas de TGV? Muito poucas se tivermos em conta os preços competitivos das low-costs! Mais uma asneira histórica, a crédito de Sócrates, que não pára de brincar ao monopólio com o dinheiro dos Portugueses!

Ficámos pois hoje a saber que para se sair da periferia da Europa devemos utilizar o comboio! Fuga para a frente ou atracção pelo abismo? E as mercadorias, seja por via ferroviária ou marítima, para tirar dezenas de milhar de Tir´s da nossa estrada, para aumentar a competividade dos fretes e para diminuir a nossa dependência?  

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

JACQUES DELORES, O SENHOR EUROPA

«A crise de valores consiste no facto de que neste mundo tudo se compra. Nós defendemos os sonhos que o dinheiro não compra.»

OS IMIGRANTES EM PORTUGAL E OS MODELOS DA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA HISTÓRICO ESTRUTURAL


A construção da primeira frase de argumentário sobre a lógica de instalação e inserção profissional, em Portugal, dos estrangeiros activos, numa perspectiva dos modelos histórico-estruturais, independente de perspectiva, ainda na lógica reflexiva de um dos muitos quadros conceptuais, sobre a inserção profissional no mercado de trabalho nacional de activos estrangeiros faz-me, enquanto em processo de maturação, chamar à colação elementos como, o palco, os actores e a concepção holística do mercado de trabalho e da economia. Os actores porque não há espaço sem sujeitos, o palco porque não há actores desprovidos de espaço-tempo, a concepção holística - porque do mesmo modo que não há parto sem dor - também não vislumbro perspectiva sem “totalismo” e simbiose dos elementos.

Dito isto, e depois da impressão causada pelo estudo “Migration to european Countries. A structural Explanation of Patterns”, discorrer, sobre todo ou parte do argumentário da funcionalidade dos modelos teóricos numa perspectiva aplicada histórico - estrutural, focada em cima da informação sobre as últimas quatro décadas da lógica de instalação dos activos estrangeiros no ambiente laboral da nação Portuguesa, não parece fácil, para quem crê que só uma visão total, aberta a outras correntes, captura todo o sentido das modificações ocorridas.

Apesar disso, a utilização de modelos de raiz histórico – estrutural, determinando e dissecando o volume, as tendências e os padrões migratórios numa específica e determinada formação social, “capturam” coerência interna, num mix de lição de história e de assunção de ideologias, estruturas que poderão mais tarde albergar os actores, outras correntes e factores.

Para um país que acordou, tarde, no após – II guerra, mantido um pouco à margem, periferia, de um dos tempos mais pujantes do desenvolvimento do sistema capitalista mundial e do Ocidente Europeu, num rasto de orgulhosamente só, paradoxalmente na sua autarcia, internalizando, quase “mimetizando”, centro e periferia no Portugal multi – territorial do Minho a Timor, a mobilização do argumentário histórico - estrutural na sua perspectiva de modelo simplex do materialismo histórico, assume aos meus olhos um carácter explicativo possível, mas claramente insuficiente. Insuficiência que, em malha apertada, fora de uma visão de estrutura macro, permite divisar movimentos populacionais que não se diluem em pressões, contra pressões ou outros fenómenos de classe.

Se a economia e os fenómenos económicos, que tanto prezo, não se esgotam no nível macro, recorrendo à micro como “pão para a boca”, também a teoria sociológica, neste caso aplicada às migrações e à imigração focada num Estado em particular, não se esgota nas homónimas teorias económicas do equilíbrio do mundo micro e muito menos nas macro estruturas sejam elas assumidas teorias da dependência, teorias do colonialismo interno, quadro de análise centro - periferia, teorias dualistas dos segmentos, acumulação global ou teoria dos enclaves (Trindade, 1995, p. 82).

Abstraindo-me, entretanto, mas devagar, da panóplia das leis da migração e dos factores de push - pull, repulsão – atracção, poderemos pois pensar que o primeiro período, anos 60, princípios dos anos 70, Português, era muito mais a atractividade gerada pelo clima, pela idiossincrasia de um povo e por um espaço sereno, adormecido numa estranha e passadista forma de vida, quase museu vivo, factor singular, fruto de um regime autocrático quase autarcia de seminário.

Os estrangeiros em Portugal eram, assim, no Portugal de 60, segundo Macaísta Malheiros, uma pequeníssima massa adstrita ao comércio, aos serviços, à indústria e à agricultura, filhos menores de um regime anacrónico, pequeno mundo de pequena oligarquia[1], de condicionalismos e de condicionalismo industrial, quase à margem do fulgor do crescente mercado capitalista mundial do após - guerra. O Portugal pouco atractivo, fechado, teria de esperar pelo sinal Salazarento do “para Angola e em força!” para gerar alguma atractividade. No jargão histórico estrutural que nos interessa, uma espécie de Imperialismo externo e interno, forma superior do Capitalismo[2] - repulsão do espaço inerte, migração para as colónias e fuga emigratória do exército de reserva continental, por imposição da guerra, em catadupas.[3] [4]Assim, a expressão das desigualdades dos Estados - Nações, geraria um contra fenómeno interno desse Portugal pluri – continental. O intenso exército de reserva, passível de ser gerado pela crise de expansão do capitalismo mundial, e por modificações na organização do sector produtivo, de braço dado com as relações sociais de produção ainda com resquícios quase feudais, motivada pela pouca atractividade de capitais financeiros e humanos, traçou o destino de um país à margem do Take - Off Ocidental de meados do século XX, cuja mobilidade vertical é credora da horizontal, permanecendo até à repulsão gerada pela guerra colonial, quase em “banho – Maria”.

Com a maior abertura induzida pela guerra, os anos entre 60 e 74 do século XX, assistem, assim, a migrações internas no espaço Português, despidas de imigração quantitativa significativa, exceptuando algum volume migratório Cabo – Verdiano, substituto da sangria em direcção a Leste. Periferia dos verdadeiros centros de acumulação, Estado desigual em termos de índices de desenvolvimento humano, vê os economicamente despojados, até de liberdade, rumarem ao centro.[5]

Com o fim da guerra colonial e com a entrada nos anos 80, data de assimilação de um brutal movimento de retorno, assiste-se a uma quase osmose de imigrantes do ex espaço Português, imigrantes esses que se inserem, no masculino, no “explosivo” mercado da construção[6], no feminino, nos serviços de limpeza e nos empregos domésticos. As migrações indocumentadas e o mercado informal, que alimentam muito desse movimento, obrigarão futuramente a legalizações[7]. Face de uma nova atractividade do Portugal democrático como novo pólo de centralidade, ou expressão, através dessa transferência para a ex metrópole, do objecto da exploração, trabalho importado de trabalhadores? Fruto da atrasada entrada de Portugal no mundo dos detentores de meios de produção, através da deslocalização do capitalismo industrial, em novo centro do sistema capitalista e em nova divisão do trabalho e/ou forma de colonialismo interno?[8]

Curioso o ajuste do modelo da teoria dualista do mercado, com a desigualdade da distribuição dos imigrantes e a distinção dos dois segmentos: o primário e o secundário, nesta dualidade entre as motivações negativas dos trabalhadores das áreas para as quais os imigrantes se deslocam[9], migração essa entendida em função dessas oportunidades de trabalho vistas pelos “de Portugal” como desqualificadas e das motivações atractivo – repulsivas dos trabalhadores imigrantes.

A inserção sectorial dos imigrantes asiáticos, predominantemente Chineses, historicamente explicada por alguns laços históricos com a China, difícil de explicar na sua capacidade homogénea de entrada em sectores a necessitar de capital inicial, ainda que reduzida, assume-se como exemplo da teoria dos enclaves económicos, como mera política de Estado expansionista – quase de imitação da era expansionista Nipónica - à procura de “espaços” para cumprimento da sua vocação exportadora universal, cavando e afirmando-se como potência mundial, ou apenas fruto de máfias Asiáticas?[10]

O crescimento evidenciado nos fins da década de noventa trará, com a abertura a Leste propiciada pela queda do(s) Muro(s) e a fragmentação da URSS, novas populações migrantes com baixos níveis internos de rendimento na origem, mas altos níveis de qualificações, que aproveitam um das fases de crescimento real, da economia Portuguesa. Muitos enredados em redes do mercado informal, pela dificuldade do domínio da língua e “trazidos” por redes mafiosas de imigração clandestina, muitos indocumentados, o seu modo de incorporação no mercado de trabalho segue a via dos trabalhos mais desqualificados, de deficientes condições de trabalho. Apesar da dificuldade da língua, de todos os imigrantes são os que mais possibilidades têm de migrar do segmento secundário para o segmento primário[11], teoria dual de afirmação do mercado de trabalho dos países industrializados em sectores dedicados a trabalhadores nacionais ou a mão - de - obra importada.

A atenuação do ritmo de crescimento imigratório de profissionais qualificados deveria, entretanto, ter feito suar campainhas de alarme, sinal de perda de ritmo, estagnação e atractividade para o capital – a qual será confirmada no Portugal de XXI. Seria essa perda de ritmo de crescimento consequência de uma nova globalidade e de Nova Divisão Internacional de Trabalho, fruto de uma deslocalização para as periferias dos “instrumentos” de acumulação, ajudados pela promoção de Portugal ao estatuto de Primeiro – Mundo, ajudado pela integração de Portugal no espaço Euro?

O equilíbrio e a abertura de novos palcos, mais sedutores para a reprodução do capital, fará com que a década assista à “reemigração” e retorno de parte dos contingentes dos ex - imigrantes de Leste, consequência de uma nova centralidade a Leste e da extensa reorganização dos novos mercados, nesta global, nova e complexa ordem económica mundial.

Em resumo: Portugal país desigual, afastado do centro e situado na periferia do processo de acumulação, com o crescimento sustentado Ocidental e a necessidade de nova mão – de – obra, vê-se recentrado no mapa do capitalismo mundial e “colorido” de multinacionais produtivas, de alta intensidade de trabalho, embora de baixo valor acrescentado, à procura de lucros marginais. Os fenómenos migratórios são, assim, contextualizados nessa nova afirmação. O actual recentramento da nova ordem económica mundial, o novo quadro de transformação social afigura-se, por outro lado, como um enorme perigo para a relevância de Portugal, tornado novamente um player de pouca importância, para a atractividade e lucro do capital. Concluindo: elaborado o comentário consolidado, espécie de sedimento e síntese, extirpado q.b. de argumentos de perspectiva de equilíbrio, redes sociais e outros elementos valorativos intermédios totalizadores da realidade, que a custo “me” tentei isolar e desfazer, num quadro conceptual histórico - estrutural muito conectado a uma certa visão do mundo e a quadros amplos de transformação social, a instalação temporal de activos estrangeiros em Portugal, deste destino com especificidades próprias de país pós-colonial e com um ligeiro toque de relações sociais de carácter quase feudal, sujeito da diáspora guestworker, passa de um quadro de uma imigração nos anos 60 com pouco significado quantitativo, diversificado na inserção, para um imigração quantitativamente de maior fôlego ou dimensão. Imigração de substituição daquilo que por similitude com a teoria económica poderíamos designar de efeito mão – de – obra, autóctone, “superior”[12]. Imigração que funciona como substituto – complemento do fenómeno emigratório e de uma maior centralidade desta nossa ex-periferia. A deslocalização de capitais à procura de lucros, torna o continente Português parceiro e pólo da deriva do capitalismo, com as suas multinacionais de mão - de - obra intensiva e baixa componente, na óptica da produtividade, de valor acrescentado. O sistema guestworker assiste ao posicionamento de novos convivas! O défice de activos, fruto de uma nova dimensão económica e infra – estruturação, ascensão vertical de classe dos autóctones, é assim colmatado por uma imigração muito étnica e homogeneamente centrada. Directores e quadros superiores vem, na sua maioria, afirmar o centro na antiga periferia e posicionar-se num país afirmativo nessa nova centralidade mas com manifestos défices de formação – de que é caso paradigmático, pela sua dimensão, o caso dos odontologistas Brasileiros e outros profissionais de saúde. Os anos noventa, com a sua renovação do tecido comercial e do edificado urbano, com evidentes sinais de desaceleração, por uma nova centralidade e atractividade a Leste, juntamente com a atractividade da contínua e sistémica desigualdade a Sul, e dos seus enormes exércitos de reserva de mão - de – obra, assistirá a uma espécie de canto de sereia e turnover de um país com uma sustentabilidade pouco virtuosa.

A década seguinte, a que assistimos, comprova um país que desdenhou reformas estruturais, quase como que centro incubador, momentâneo e fugaz do capitalismo mundial, mais a mais em contexto mundial adverso, com fluxos de imigração muito ligados a redes sociais e a fenómenos decorrentes da globalização e do confronto entre sociedades subdesenvolvidas e de sociedades medianamente industriais e de serviços como a nossa. Reunificações familiares e a atracção por uma sociedade medianamente desenvolvida e com um mercado informal, próprio de migrações indocumentadas, um passado colonial, uma língua comum, um maior desenvolvimento pessoal na origem e a manutenção das linhas de transportes e comunicações de acordo com esse passado colonial, são fenómenos explicativos da continuidade dos fluxos imigratórios para Portugal.

Como passo final deste comentário, gostaria de sinalizar como Portugal se apresenta como um excelente “hospedeiro”, mosaico quase perfeito, dos modelos de abordagem histórico – estrutural, na óptica das migrações em geral e da inserção profissional dos migrantes em particular, dadas as amplas, em curto espaço de tempo, transformações sociais, já que neste espaço – tempo, numa correlação quase perfeita da diversificada parafernália dos modelos histórico – estruturais, perspectivei teoria da dependência, colonialismo interno, centro – periferia, divisão internacional do trabalho, mercado de trabalho dualista, acumulação global, enclaves económicos, …

[1] Fado Português que se tende a replicar!
[2] E como adoro Marx depois de, noutra vida, ter “digerido” das Kapital de fio a pavio.
[3] Maioritariamente para França!
[4] É curioso como a perspectiva histórico – estrutural falha por comparência na explicação da continuação do “crescimento dos trabalhadores pouco qualificados de origem estrangeira”, de determinado segmento étnico, em época de vacas magras! Não lhe era exigido isso, mas fica o sabor a pouco!
[5] Ou aos centros onde se reproduz o valor – trabalho!
[6] Ou da reconstrução!
[7] Caso da regularização de imigrantes ilegais de 2001.
[8] Uma espécie de forma de neo – colonialismo deslocalizado!
[9] O abandono de alguns sectores como o do trabalho doméstico e funções desqualificadas da serventia na construção jogam no sentido de uma maior formação, promoção e especialização dos autóctones Portugueses, bem como no próprio processo de mobilidade e independência no trabalho. Mas jogam, também, no sentido do desenvolvimento e implantação, no processo de deslocalização à procura do lucro, de indústrias e serviços mão - de - obra intensiva que se deslocalizam de países de mão - de - obra e custos de produção mais caros.
[10] Recentes notícias da condecoração pelo Estado Português do sr. Jin Guoping, aparentemente iminente historiador, ligado à fundação Macau, mas condenado por apoio à imigração ilegal, são já parte do anedotário dos constantes lapsos e confusões da democracia Portuguesa.
[11] Ver a inserção de médicos!
[12] Diria que se processa uma espécie de efeito substituição rendimento por parte dos autóctones, neste caso não para bens superiores mas para trabalho - emprego socialmente percepcionado e pago como superior.