terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O CRONÓMETRO DA MUDANÇA DE MC DE AGUIAR

«Aqui podemos acompanhar as dívidas dos países em tempo real. É um gráfico interessante. No fundo, mostra a evidência de que as economias prósperas, com elevados PIBs per capita e equilíbrio das finanças públicas e da balança externa correspondem a países com vastos territórios e densidade populacional relativamente baixa. No mesmo registo, apesar da péssima gestão interna de recursos e das insuficiências institucionais, temos os países petrolíferos ou com uma imensidão de matérias-primas.
A China e a Índia com os seus modelos de economia low cost em crescente internacionalização estão em vias de obrigar os países ocidentais a um retrocesso civilizacional.
Depois, temos os países industrializados do Ocidente que se deixaram desindustrializar e que se adoptarem todos simultaneamente políticas de combate aos défices poderão conduzir a uma depressão à escala mundial.
Restam os maus alunos, como Portugal, que há muito perderam toda a capacidade de influenciar o que quer que seja e onde a soberania real é mínima desde há algum tempo, constituindo hoje mais territórios do que Estados - o que se aplica, aliás, à larga maioria de médios e pequenos países desprovidos de matérias-primas significativas.
A mitigação da tragédia anunciada apenas se poderá fazer com doses significativas de disciplina colectiva, coesão social, melhoria da formação e sobretudo com alterações nas formas de pensar das pessoas. Há que produzir mais bens e serviços que tenham crescente procura no mercado internacional.
Mas poderão e terão os nossos empresários (todos nós) capacidade para responder de facto a este desafio? E os trabalhadores vontade de aumentar a sua produtividade? Haverá inteligência e bom senso para isso»
Talvez um dos posts mais inteligentes e sintéticos que me lembro de visualizar ultimamente. 
O diagnóstico das situações já há muito é conhecido e perceptível, falta a vontade colectiva e individual de implementar a mudança que é cultural e de valores. 
E essa não se faz com ajustamentos, ao arrepio da população, e sem um contrato social que motive os povos.

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