Podíamos ironizar, se não fosse grave, que um dos problemas mais sérios do Portugal actual reside numa fraca memória histórica e num desconhecimento do seu passado.
Um país que se empobrece nos big brothers e nas novelas ocas é um país cada vez mais enfraquecido na sua independência e liberdade.
Neste anos de pós Estado Novo, a memória histórica não pode ser mais um esconderijo das nossas fraquezas e debilidades, a assumpção de uma ilusão ptolomeica, mas a revisão de um passado que não se esgota nesses tempos que não impõem a saudade do futuro.
Extirpar tempos de paragem escudados em memória passada deve-nos fazer pensar que a celebração desses tempos impõe uma reflexão colectiva do nosso valor como nação e como identidade cultural.
Nos nossos pequenos microcosmos devemos pois zurzir como inevitável que Portugal só tem futuro se não abjurar o seu passado e o reconduzir a um futuro mais promissor, onde estejam os nossos antepassados mas também os que hão-de vir.
A todos devemos fidelidade, a uns porque batalharam por um projecto de unidade, a outros porque não há futuro para os presentes sem o comprometimento de um Portugal "mais limpo" e justo no futuro.
Que se acabem assim com esses tempos de descanso, mas que se lembrem os nossos antepassados que não pouparam descanso para nos testemunhar o seu Portugal.
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