sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MENOS FERIADOS: RETROCESSO OU AVANÇO?

A recente diminuição dos feriados é uma daquelas medidas tomadas pela rama, ou seja tomada sem um estudo sério da sua implicação.

O governo associa à diminuição dos feriados uma imagem de esforço, de empenho. 
Essa maior seriedade perante o trabalho é no entanto contrária à percepção e afirmação do Embaixador alemão em portugal.

“Na Alemanha trabalha-se muito menos do que em Portugal", diz ele.
Para os "meninos deste governo" essa não é, no entanto, a sua convicção. Não entendem que o fenómeno não é linear, é complexo e têm a ver com falta de organização no trabalho e má gestão dos recursos humanos. O problema não está, tanto, nos trabalhadores, nos executantes, mas em quem dá maus exemplos e gere incompetentemente. Há quem diga, até, que o problema é um problema cultural e religioso de um povo de raiz católica e não protestante.
Talvez porque nunca tiveram oportunidade de trabalhar em empresas que tiveram relações económicas com a Alemanha. Aliás é curioso que para a classe política as férias estendidas da Assembleia mantêm-se (talvez por necessidade de pausa de reflexão sobre "produtos" e processos).

A extensão do horário de trabalho não é uma marca identitária de países evoluídos, antes pelo contrário é - a de países terceiro mundistas onde o dia é passado a prover a subsistência.
Já entretanto alguém estudou e contabilizou as perdas para o turismo e para a motivação dos trabalhadores decorrentes de menos dias votados a descanso?

Quando se confunde intensidade de trabalho com duração do horário de trabalho, o resultado é este populismo bacoco que terá até um efeito negativo no desemprego e na repartição equitativa do rendimento (um dos problemas mais graves de Portugal).

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